O impacto destruidor das nossas ações é visível no mundo todo. A situação da Terra é desesperadora. Um número reduzido de habitantes vem causando um dano potencialmente irreversível ao planeta, esgotando seus recursos e colocando em risco o futuro de todas as espécies.
Os cientistas dizem que se não reduzirmos de forma significativa nosso impacto no meio ambiente, em duas décadas ultrapassaremos o ponto de não retorno, além do qual o planeta mudará irreversivelmente, a despeito de todas as medidas.
O grande problema é que a vida não será nada agradável ou sustentável para a espécie humana. O estrago que estamos fazendo é resultado do nosso estilo de vida . Todas as nossas ações exercem um impacto sobre o mundo natural. Assim, qualquer mudança de rotina, do momento que acordamos até a hora de voltar para a cama é uma oportunidade de cuidar do planeta.
Você precisa mesmo do carro todos os dias?
O mundo já tem mais de 1 bilhão de veículos e eles representam uma das principais fontes de emissão de gases que intensificam o efeito estufa e acentuam mudanças do clima. Desde 1961, a quantidade de dióxido de carbono (CO2) despejada pela humanidade na atmosfera com a queima de combustíveis fósseis cresceu dez vezes. Essa descarga de poluentes é que provoca o aquecimento do planeta, causando secas, tornados, inundações, acidificação dos oceanos e a extinção de espécies.
É urgente discutir com seriedade a questão ambiental com políticas públicas que colocam o transporte coletivo à frente do individual. Mas, fico pensando como a mídia, que depende da publicidade de automóveis, a indústria automobilística os governos que querem aquecer suas economias federal e estaduais e os governos municipais (com políticas de mobilidade que incentivam a utilização do carro) irão compreender que a mobilidade sustentável é um grande negócio para todos porque poderia melhorar a vida das pessoas. Como os alterar a política de mobilidade baseada em vendas de carros? Esse é o desafio.
Qual é o tamanho da sua pegada?
Os cientistas desenvolveram métodos para calcular a quantidade de carbono que cada pessoa utiliza no dia a dia. Quem tem um carro pequeno e roda até 12 km por litro emite mais de 2 kg de dióxido de carbono por litro de gasolina usado. É só fazer as contas quanto emitimos ao longo de um ano.Infelizmente o consumo e o desperdício de energia estão extremamente enraizados na nossa cultura. Compare-se com os habitantes de outros paises. Se todos vivessem como você seriam necessários três planetas para nos sustentar.
Qual a solução?
Infelizmente o setor de transporte público tem sido esquecido na definição e estabelecimento das prioridades governamentais para uma Política Pública Sustentável. As medidas adotadas para ampliação do crédito que foram direcionadas principalmente para a compra de automóveis e motocicletas apontam para o fortalecimento e ampliação do transporte individual nas cidades brasileiras. A expansão das redes de transporte público é condição básica para mudar a matriz de mobilidade, visando a redução da dependência do petróleo e dos seus efeitos perversos na poluição e no consumo de energia provocados pelo uso intensivo do automóvel e da motocicleta
Precisamos reivindicar aos novos governos uma Política de Mobilidade Urbana Sustentável. Ela também pode ser um bom negócio para a economia nacional.
Cristina Baddini Lucas – consultora do Diário do Grande ABC, Diretora da ONG Rua Viva, Assessora do MDT. Contato: cristinabaddini@dgabc.com.br; blog: http://olhonotransito.blogspot.com/
Nascemos do ideal por um transitar seguro e há três décadas nossos valores e pioneirismo nos permitem atuar no mercado de ITS atendendo demandas relativas à segurança viária, fiscalização eletrônica de trânsito, mobilidade urbana e gerenciamento de tráfego.