Brasília reduziu em 83% o número de atropelamentos em 24 anos. Fortaleza implantou a maior faixa de pedestres do país: 40 metros.
Em 2020, os acidentes com pedestres ficaram em 2º lugar no ranking de indenizações do Seguro DPVAT (29%). Nos acidentes com vítimas fatais eles representaram 27%, e 33% do total pago por Invalidez Permanente. Em agosto foi comemorado o Dia Internacional do Pedestre (08), uma oportunidade para reforçar que o respeito às leis de trânsito também protege quem circula a pé todos os dias e meses do ano.
Idosos estão entre as principais vítimas no país
O Observatório Nacional de Segurança Viária (ONSV), em parceria com a Divisão de Engenharia de Transportes e Mobilidade da Universidade Federal do Paraná (UFPR), produziu uma análise quanto ao crescimento da população a partir de 60 anos no Brasil e qual o impacto nos acidentes de trânsito, já que essa parcela da população é a que mais morre em atropelamentos no país.
Segundo o estudo do ONSV, por se deslocarem com mais frequência a pé, os idosos estão mais expostos e, consequentemente, são as maiores vítimas fatais como pedestres, representando 36% do total de atropelamentos registrados no país. Entre os idosos, os ciclistas representam 28% dos óbitos, seguido dos condutores de veículos (16%) e motociclistas (6%), segundo dados compilados no estudo, cuja origem é do sistema Datasus. “Em vista dessa realidade, é importante uma avaliação das políticas existentes e dos riscos associados a essa parcela da comunidade. É necessário que o poder público, junto com todos os cidadãos, busque compreender as especificidades que os pedestres idosos têm em relação à população mais jovem. A partir de então, é possível traçar estratégias e políticas que no futuro venham a contribuir para a construção de uma sociedade acessível a todos, principalmente as que demandam atenção mais especial”, explica o professor doutor Jorge Tiago Bastos, da UFPR e coordenador do estudo.
Iniciativas para proteger os pedestres
Algumas iniciativas no Brasil visam reduzir o número de acidentes envolvendo pedestres, como é o caso da capital federal. Segundo a Agência Brasil, a campanha educativa em Brasília completou 24 anos no mês de maio, e atingiu uma importante marca: a redução de 83% o número de mortes de pedestres. “Esse número é ainda mais impressionante se considerarmos que, em termos absolutos, a população atual de Brasília é pelo menos três vezes maior do que a de 1997, quando teve início a campanha”, disse Marcelo Granja, diretor de Educação de Trânsito do Detran-DF. Naquele ano, houve uma redução de 24% no número de pedestres mortos (202) em relação ao ano anterior (266). No período da campanha, o número de pedestres que morreram em atropelamentos no trânsito do DF caiu de 266 para 44 por ano.
No fim de maio, Fortaleza (CE) ganhou a maior faixa de pedestres do Brasil, totalizando 40 metros. A sinalização faz parte de um pacote de mudanças estruturais para dar mais segurança aos pedestres da capital. Além da sinalização, a ação também contemplou pintura do urbanismo tático, aumentando a área da calçada através de cores que chamam a atenção, dando mais segurança para acomodar os pedestres.
Velocidade excessiva dos veículos e distração de condutores e pedestres são os motivos mais recorrentes de atropelamentos, além da falta de sinalização, baixa visibilidade noturna, obras na pista, entre outros fatores que podem potenciar as ocorrências. Apesar de nem sempre ser amistoso, o trânsito é um ambiente público extremamente democrático e, portanto, garantir segurança a todos é prioridade. “Para resultados efetivos de redução de acidentes e mortes nas ruas e vias do país, são necessárias ações integradas de educação, infraestrutura e tecnologia. O direito de ir e vir precisa ser garantido e, para isso, todos os atores do trânsito devem estar imbuídos nesse objetivo”, destaca Luiz Gustavo Campos, diretor e especialista em trânsito da Perkons.
Foto: Pixabay |
Em 24 anos DF reduziu em 83% o número de mortes de pedestres |
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