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Aplicativos podem ampliar o número de usuários do transporte público disseminando informações sobre horários e pontos de parada

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Saber o horário em que o ônibus vai passar, as condições de tráfego de uma rodovia ou o melhor espaço para estacionar são tarefas corriqueiras que têm recebido um reforço extra nos últimos anos. A tecnologia móvel já possibilita que as informações estejam disponíveis 24 horas por dia, com mais rapidez e segurança do que antigamente, quando o usual era pedir ajuda a estranhos na rua. São 263 milhões de celulares em território nacional, mais de 1,3 aparelho por habitante, e isto, sem dúvida, revela a nova tendência do uso do equipamento como fonte de informação e auxílio na tomada de decisões no trânsito.


Aplicativos auxiliam na escolha do meio de locomoção.
Crédito: Ministério das Cidades/Denatran.

Os chamados APPs, aplicativos para uso nos dispositivos móveis como celulares e tablets, permitem que o usuário troque informações em tempo real e possa até mudar sua escolha de um meio de locomoção com base na informação encontrada, como explica Ricardo Simões, analista de sistemas e gestor de produtos da Perkons. “Dentro da escala de valor, trata-se de uma ligação muito importante, pois um dado captado em campo, processado em algum ponto e convertido em informação acaba gerando uma ação por parte dos usuários do trânsito em qualquer localidade”, diz.

Deixar o carro na garagem e optar pelo transporte público pode ser uma alternativa. “Os aplicativos móveis podem ser usados como uma excelente estratégia para aumentar o uso do transporte público por aqueles que não utilizam esse sistema usualmente. Informam horários de chegada nos pontos de parada, melhor alternativa para viajar entre dois pontos, opções de modos disponíveis etc.”, aponta Ronaldo Balassiano, professor do Programa de Engenharia de Transportes da COPPE (Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia), da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Já quem escolhe o automóvel como meio de transporte, principalmente em grandes cidades, pode encontrar dificuldades. “Poucas cidades dispõem de rotas alternativas que possam favorecer o usuário no caso de se deparar com um acidente ou congestionamento na sua rota usual. De qualquer forma, [os aplicativos] contribuem para reduzir o estresse informando problemas na via, tempos previstos em rotas congestionadas etc.”, pontua Balassiano.

Burlando a lei

Mas esta troca intensa de dados entre os usuários pode trazer novos problemas para a administração pública enquanto poder fiscalizador, como as tradicionais blitze, que segundo especialistas, precisarão ser reinventadas para obterem a eficácia esperada. “Obviamente, aqueles que possuem qualquer receio em relação a esse tipo de fiscalização serão “beneficiados” por essa informação. As autoridades deverão empreender ações diferenciadas para contornar esse tipo de prática a fim de cumprir seu papel fiscalizador. Um verdadeiro desafio que merece atenção”, explica Simões.

O estudante de Marketing Pedro Henrique (nome fictício), 21, admite que entre o seu grupo de amigos não há mais o temor em ser “pego” em fiscalização da lei seca, por exemplo. “Não nos preocupamos porque com o aplicativo que usamos no celular somos avisados em tempo real sobre os locais onde está acontecendo a fiscalização e mudamos de rota no mesmo minuto”, relata.

Ricardo Simões ressalta, entretanto, que os próprios usuários são responsáveis pelas informações disponíveis e, por isso, é sempre bom ter cautela. “É preciso tomar cuidado com a veracidade e atualidade das informações apresentadas pelos aplicativos, pois elas costumeiramente geram ações por parte dos seus usuários. Em termos de tecnologia podemos traçar um paralelo com o uso de aparelhos GPS, cujas informações eventualmente estejam desatualizadas com relação ao sentido de uma determinada via”, explica.

Além disso, as implicações de um simples ato de avisar alguém a respeito de uma blitz podem ser desastrosas. “Se um usuário informa a outro “infrator” (seja por falta de documentos, seja por estar dirigindo após ingerir bebida alcoólica, entre outras infrações) da existência de uma blitz, ele deverá arcar com as consequências do seu ato que poderá produzir danos irreparáveis a outros cidadãos incluindo amigos ou mesmo parentes”, observa Balassiano. Para o especialista, “é uma questão de conscientizar o usuário do carro de seu papel quando na condução de um veículo fazendo com que ele perceba a responsabilidade com o próximo que, em última análise, dependerá de suas atitudes”.

Outra preocupação que surge com essa mudança de comportamento do usuário dos aplicativos é com a segurança no uso dos dispositivos móveis durante o ato de dirigir. Especialistas alertam que mesmo os aplicativos com comando de voz podem tomar a atenção do motorista para o manuseio e, neste caso, o ideal é que seja programado o uso antes de iniciar a trajetória a ser percorrida. Uma pesquisa da Universidade de Utah, nos Estados Unidos, mostrou que motoristas que dirigem e falam ao celular, com ou sem viva-voz, podem ser comparados a condutores embriagados.  “Nos aplicativos para auxílio aos usuários de carro, um maior cuidado deve ser tomado para que não sejam utilizados enquanto se conduz o veículo. Da mesma forma que o telefone celular não pode ser utilizado quando se dirige, esses aplicativos também não devem ser utilizados enquanto o carro estiver em movimento, evitando sérios acidentes”, conclui Balassiano.

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