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Grandes eventos: como o Brasil está se preparando?

Perkons buscou no exemplo da RIO+20 o que já está sendo feito na gestão da mobilidade em grandes eventos e o que ainda há por fazer

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O Brasil está se preparando para receber grandes eventos. Essa é a afirmação otimista dos gerentes de projetos e responsáveis por algumas das áreas vitais à organização desses acontecimentos, como mobilidade e infraestrutura. Do outro lado dessa ciranda, exemplos de recepções internacionais que causaram vários problemas nas cidades, como a Rio+20, conferência sobre sustentabilidade que reuniu cerca de 110 mil pessoas do mundo todo no Rio de Janeiro, entre os dias 13 e 22 de junho.

Em deferência à afirmativa dos comitês de recepção e organização da Copa do Mundo e das Olimpíadas, a Embratur (Instituto Brasileiro de Turismo) realizou a Pesquisa de Percepção do Brasil por Estrangeiros durante a Rio+20. Na consulta, 81% dos estrangeiros entrevistados responderam que o trânsito no país é ruim ou muito ruim. No entanto, muito antes da realização das Olimpíadas, as cidades vão receber grandes eventos, sem contar com a estrutura que vislumbra a recepção de atletas e espectadores em 2014. Em 2012, tivemos a Rio+20, em 2013, será a visita do Papa Bento XVI, seguida da Copa das Confederações e Copa do Mundo.
Para o professor da COPPE (Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia), da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Ronaldo Balassiano, “a integração dos modos de transporte, principalmente os coletivos, priorizando o acesso do aeroporto para a área central da cidade, é essencial”, afirma. Balassiano também aponta a informação aos usuários da via como fundamental e acrescenta que “abastecer motoristas de informações sobre o tráfego é a parte mais importante. Oferecer alternativas no trânsito faz com que o fluxo de automóveis melhore, porque o condutor terá tempo de fazer um trajeto diferente, caso a via esteja congestionada”, explica.
A cada realização de um grande evento, novas experiências são agregadas de modo a contribuir para a mobilidade urbana. No caso do Rio, o chefe do Centro de Operações Rio (COR), Sávio Franco, ressalta esse progresso. “Dada a singularidade de cada evento, estudamos a maneira mais eficaz de conduzir o trabalho e podemos concluir que a cidade do Rio de Janeiro está muito mais preparada. O Centro de Operações funciona com a lógica de melhorar sempre”, pontua.


Tecnologia de monitoramento permite aos responsáveis pela mobilidade agirem com maior velocidade no caso de eventos inesperados. (Crédito: blog toma uma)

Tecnologia

Balassiano considera a aplicação da tecnologia um passo primordial no controle da mobilidade dos centros urbanos em grandes eventos. “Um conjunto de equipamentos nos ajuda a monitorar o sistema. Isso facilita atendimento a eventuais emergências, estratégia mais acertada em vias de grande fluxo”, exemplifica. Durante a Rio+20, o COR contou com o apoio de um helicóptero para cobrir pontos cegos e agentes de motocicleta com smartphones que registravam imagens do tráfego e enviavam à central, tudo isso funcionando 24 horas e com um efetivo de cerca de 400 pessoas.
Em reportagem comparativa publicada recentemente pelo portal UOL, o jornalista Roberto de Souza Pereira elenca itens para uma check list aos organizadores, mostrando que Londres, cidade onde acontecerão os próximos jogos olímpicos, fez a lição de casa. Antecedência, cumprimento do prazo, levantamento dos pontos fracos e solução desses problemas (também no trânsito) fazem parte das tarefas.
Aqui no Brasil, o professor da UFRJ, convidado recentemente a participar do comitê olímpico do Rio de Janeiro, analisa a situação atual da cidade e amplifica a opinião para as outras cidades que participarão da Copa do Mundo, por exemplo. “Hoje, as obras podem significar pequenos gargalos, pois atrapalham o fluxo da cidade. Mas precisamos pensar na possibilidade do que chamo de ‘a grande virada’ – estamos recebendo uma oportunidade única de reformular a consciência brasileira no trânsito, tanto no uso de meios de transportes alternativos, quanto na educação e cidadania no trânsito. Acredito que com campanhas de marketing e comunicação, informando a população do que está acontecendo e por que, todos vão colaborar”, afirma.
Consciência coletiva e participação efetiva da sociedade são elementos que podem contribuir para o êxito de grandes eventos. “Para que o usuário deixe seu carro em casa, temos que mostrar que ele vai passar a ter uma boa opção de transporte coletivo, integrado e que atende a demanda. O que importa realmente é o legado que fica para a cidade. É entender que teremos um sistema sustentável a partir de 2016, que possa mudar o ponto de vista de transporte”, argumenta Balassiano.


Professor Ronaldo Balassiano acredita que o mais importante
das obras para os grandes eventos é o legado que fica
(Crédito: Divulgação)

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