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Correr, matar e morrer. Até quando?

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    Ouvir uma notícia pela manhã, que uma menina de dezessete anos perdeu a vida em acidente de trânsito e que supostamente o motorista participava de um “racha“` na madrugada, nos traz uma sensação de impotência e uma profunda tristeza.
    Não é de hoje que os jovens são as maiores vítimas da violência nas ruas e estradas de nosso País.
    Com a chegada das férias, verão, praia, bares e noitadas vem o álcool no volante que revela facetas cruéis para estes jovens que nesta idade se julgam invencíveis onde tudo é permitido, com certeza não sabem ou não querem saber que o álcool, mesmo em pequenas quantidades, diminui a coordenação motora e os reflexos, comprometendo a capacidade de dirigir.
    Está mais que na hora de as famílias assumirem sua grande responsabilidade na orientação destes novos condutores, pois de nada adianta termos uma legislação rigorosa se não transmitirmos aos nossos filhos educação e limites.
    Geralmente transferirmos aos Centros de Condutores a responsabilidade dos ensinamentos para obtenção da Carteira Nacional de Habilitação, mas é nesta fase de transição que o nosso novo habilitado está passando para fase adulta, período que ocorrem as grandes transformações de ordem física, psíquica e social, pois é nesta fase da vida que eles geralmente escolhem sua profissão, entram na faculdade, fazem novos amigos e enfrentam diferentes desafios.
    Pegam os carros de seus pais e com namoradas e amigos são incentivados a beberem e participarem de “rachas e pegas“ – o ambiente do trânsito é usado para se destacarem perante seu grupo e se autoafirmarem.
    Infelizmente os acidentes de trânsito em nosso País já se incorporaram ao nosso dia, à nossa rotina, é como se aceitássemos pacificamente as mortes, mutilações e o fim de muitas famílias.
    Basta de comparações que os acidentes de trânsito matam por ano mais pessoas que os soldados americanos mortos em toda guerra do Vietnã.
    É preciso agir, faz-se necessário urgentemente o comprometimento de todos, pais, instituições de ensino, meios de comunicação e da sociedade em geral de transmitirmos incessantemente que trânsito se faz com educação.
    Sem isso, não mudaremos nossas estatísticas e continuaremos a assistir diariamente a carnificina ceifando a vida daqueles que amamos.

Ronaldo Sindermann
Advogado


Originalmente publicado no Jornal do Comércio (RS) em 18/02/2010.

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