Os acidentes de trânsito constituem uma tragédia mundial. Atualmente, são cerca de 1,3 milhão de mortos e 30 milhões de feridos (muitos permanecendo com sequelas graves e definitivas).
Desde o aparecimento do automóvel, perto de 40 milhões de pessoas já perderam a vida em acidentes. As mortes no trânsito estão entre as principais causas de óbitos.
Inúmeras ações têm sido empreendidas por organizações internacionais para combater esse grande e crescente mal. A ONU (Organização das Nações Unidas) proclamou o período 2011-2020 como o “Decênio de Ações para a Segurança Viária“, visando reduzir as mortes.
Agências de financiamento internacional, como o Banco Mundial e o Banco Interamericano de Desenvolvimento, têm disponibilizado recursos para o financiamento de estudos e ações voltados à segurança viária nos países em desenvolvimento.
No Brasil, são quase 40 mil mortes por ano e milhares de pessoas ficam com sequelas graves. Os índices de mortalidade no trânsito são trágicos: a relação entre o número de mortes e a frota de veículos é cinco a dez vezes superior à dos países desenvolvidos.
E isso custa ao país mais de R$ 30 bilhões (algo como 1,2% do PIB). Mais importante que o custo econômico dos acidentes é o custo humano e social: sofrimento físico e psicológico das vítimas e de pessoas próximas.
Apesar de todo o esforço feito no país nos últimos anos para reduzir as mortes e os acidentes de trânsito, como a adoção de leis mais rígidas, punições mais severas, fiscalização mais intensa, melhoria das rodovias etc., o número de mortes e feridos graves não tem diminuído.
Parte, cabe reconhecer, em razão do elevado crescimento da frota, fruto do desenvolvimento econômico e social dos últimos anos.
É consenso internacional que, para reduzir a acidentalidade viária, é necessária a criação de uma Agência Nacional de Segurança no Trânsito responsável pela definição e implementação de uma política de Estado -e não de governo-, voltada para a segurança viária.
Como estamos próximos da eleição presidencial, é tempo de os candidatos assumirem com a sociedade o seu compromisso com a redução da acidentalidade viária. Afinal, atuar para salvar vidas é obrigação prioritária de todo e qualquer governo.
Coca Ferraz é coordenador do Núcleo de Estudos de Segurança no Trânsito da USP e autor, entre outros, dos livros “Segurança no Trânsito“ e “Transporte Público Urbano“.
Originalmente publicado no jornal Folha de São Paulo, no dia 26/10/2010.
Nascemos do ideal por um transitar seguro e há três décadas nossos valores e pioneirismo nos permitem atuar no mercado de ITS atendendo demandas relativas à segurança viária, fiscalização eletrônica de trânsito, mobilidade urbana e gerenciamento de tráfego.