Segundo o presidente da entidade, Newton Gibson, é necessário investir para satisfazer às demandas do desenvolvimento do País
São mais de 130 mil empresas de transporte rodoviário no País, com mais de 1,6 milhão de veículos para este fim. Para efeitos de comparação, o setor ferroviário de cargas conta com 16 empresas, com quase 2,9 mil locomotivas e perto de 93 mil vagões. Os dados, da Associação Brasileira de Logística e Transporte de Carga (ABTC), mostram bem o quanto o Brasil prioriza o modal rodoviário para o transporte de carga.
Além disso, segundo dados do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), o Brasil conta com quase 74 mil quilômetros de rodovias federais não concedidas (mais de 60 mil quilômetros pavimentados). Isso sem contar as rodovias federais concedidas, que beiram os 4 mil quilômetros (dados da Agência Nacional de Transportes Terrestres – ANTT). Estimativas do DNIT indicam que o Brasil fechará 2010 com mais de 57% das rodovias em bom estado, 30 % em estado regular e 15% em mau estado. Já a malha ferroviária conta com 25 mil quilômetros, sob jurisdição do DNIT, e 28,4 mil quilômetros concedidos à iniciativa privada (dado da Associação Nacional de Transportadores Ferroviários – ANTF).
“É preciso ter consciência de que, no rumo do desenvolvimento, o
segmento de transporte é vetor decisivo para assegurar a entrada
do País no conjunto das cinco maiores economias do mundo“.
Newton Gibson, presidente da ABTC.
Para o presidente da ABTC, Newton Gibson, é necessário investir no equilíbrio do setor de transportes, o que seria alcançado com o investimento nos vários modais existentes: aéreo, ferroviário, hidroviário, entre outros. “Todos os modais necessitam de atenção especial, fundamentalmente, o segmento aéreo, cuja rapidez de atendimento se constitui em dado irreversível”, opina. Segundo ele, no passado recente, o Brasil investiu cerca de US$ 30 bilhões na formatação do segmento de transporte, mas houve uma falha. “Não ocorreu simultâneo aporte na manutenção infraestrutural, responsável pela degradação do pavimento das estradas, nem os investimentos em ferrovias, portos e aeroportos; o que permitiria o desenvolvimento do Setor harmonicamente”, explica.
De frente para o futuro
Os mais de 1,2 milhão de caminhoneiros registrados na ANTT são responsáveis por 60% da carga transportada no Brasil, levada – segundo a agência – por mais de 2 milhões de caminhões (se contados os de caminhoneiros autônomos). Um número que, segundo Gibson, poderia ser mais equilibrado entre outros modais, e também com integração entre os mesmos. “O principal gargalo para a logística de transporte no Brasil é a falta de ligação entre os modais”, comenta o presidente da ABTC.
Mas ele esclarece que o PAC (I e II) prevê investimentos de R$ 240 bilhões no eixo de logística. “Tais investimentos, se realizados de fato, e a participação da iniciativa privada irão garantir o reequilíbrio do setor de transportes”, aponta. “É preciso ter consciência de que, no rumo do desenvolvimento, o segmento de transporte é vetor decisivo para assegurar a entrada do País no conjunto das cinco maiores economias do mundo [atualmente, o Brasil está em 8° lugar]”, completa.
Roubo de cargas ainda assombra
Além da preocupação com acidentes – mais de 90 mil por ano – e com a recuperação de vias em mau estado (o DNIT investirá R$ 17,6 bilhões até 2014 para recuperar e conservar 32 mil quilômetros de rodovias sob sua jurisdição), outro problema assombra empresários e autônomos do setor de transporte de carga por rodovias. Dados da ABTC mostram que os roubos de cargas vêm aumentando: em 2009, foram registradas 13,5 mil ocorrências, contra 12,4 mil em 2008 (os dados deste ano ainda não foram tabulados). O montante roubado no ano passado, segundo a entidade, chegou a R$ 900 milhões.
Segundo Newton Gibson, presidente da ABTC, 59% dos roubos acontecem em rodovias federais, enquanto que 41% ocorrem nas estaduais. Além disso, ele conta que a maioria das ocorrências não acontecem à noite. “Os horários preferenciais dos ladrões são no período matutino (42%), entre 8h e 11h, quando as transportadoras fazem a maioria das entregas; os períodos vespertino e noturno correspondem, respectivamente, a 36% e 22%”, afirma.
Ele informa ainda os estados onde se registra a maior incidência desses roubos: São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. “Os maiores percentuais ocorrem nas rodovias Presidente Dutra, Anhanguera e Castelo Branco, que concentram 90% dos casos”, aponta. Já as cargas mais visadas, finaliza Newton, são os produtos alimentícios, medicamentos e eletrônicos.
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