O tema da redação do exame do ENEM (“Efeitos da implantação da Lei Seca”), cujas provas transcorreram no último final de semana em território nacional, não poderia ser mais importante para fazer os jovens refletirem sobre o real perigo da desastrosa combinação entre álcool e direção, que continua causando tragédias perfeitamente evitáveis. Numa infeliz coincidência, uma jovem, de 20 anos, morreu quando o carro em que se encontrava capotou na madrugada deste domingo 27/10, na Linha Vermelha, no Rio. A vítima, no auge de sua juventude, se encontrava no banco de trás do veículo e segundo as primeiras notícias provavelmente não fazia uso do cinto de segurança. Policiais militares encontraram uma garrafa de vodca e três latas de energético no interior do veículo, Um casal ficou em estado grave.
Quanto ao efeito mais nefasto da implantação da Lei Seca continua sendo a falta de fiscalização da citada norma na grande maioria dos municípios, principalmente no interior do país, à exceção das grandes cidades e de algumas capitais onde há maior rigor na fiscalização. Sobre o efeito mais promissor da implantação de tal importante norma, cuja finalidade é a prevenção de tragédias, está no fato de que onde há efetiva e permanente ação da Operações Lei Seca, além de ter trazido a mudança comportamental de inúmeros motoristas, que adquiriram o hábito de não mais dirigir, após a ingestão de bebida alcoólica, constatou-se também a redução no número de acidentes mais graves e no atendimento a feridos do trânsito nas emergências hospitalares, caindo consequentemente o número de processos criminais com relação a homicídios e lesões corporais decorrentes de acidentes. Ou seja, algumas vidas estão sendo poupadas.
No entanto, apesar de todo o rigor da Lei Seca, implantada em território nacional em 20 de junho de 2008 (MULTA DE R$ 1.915,30 e SUSPENSÃO DO DIREITO DE DIRIGIR POR UM ANO), há ainda um perigoso coquetel mortífero ceifando a vida de jovens nas madrugadas dos finais de semana no trânsito: uso de bebidas alcoólicas com energéticos, pistas livres, excesso de velocidade, manobras arriscadas, desafio ao perigo, sono, cansaço. Até quando tais tragédias, que matam e mutilam jovens e destroem famílias, continuarão a ocorrer? Até quando o carro continuará sendo uma arma mortífera que apaga sonhos e sorrisos? Até quando a imprudência e a insensatez produzirão assassinos em potencial do volante?
*Milton Corrêa da Costa
Tenente coronel da reserva da PM do Rio de Janeiro
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