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A motocicleta e a Década

por Renato Campestrini*

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Desde 11/MAI/2011 vivenciamos efetivamente a Década de Ações para a Segurança Viária, a qual foi proposta pela ONU através da Resolução ONU nº 02/2009.
Atenção especial da Década, cujo objetivo principal é reduzir em 50% o número de mortos e feridos por conseqüência dos acidentes de trânsito, é destinada a utilização do cinto de segurança e a motocicleta.
Reverter o quadro de mortos e feridos nos acidentes com envolvimento de motocicletas será um trabalho árduo que não surtirá efeitos a curto e médio prazo dada à dimensão que a situação alcançou.
É certo que a motocicleta é um veículo frágil, todavia, o perigo não está no veículo, mas sim em quem o conduz, portanto, nenhuma ação irá prosperar sem a conscientização dos principais interessados na manutenção da vida, qual sejam os próprios motociclistas. Um veículo que outrora despertava paixões tornou-se para muitas famílias o veículo que remete a tristes e dolorosas recordações, retira do mercado jovens em idade produtiva, onerando ainda mais a previdência social.
Entendemos que impor medidas que limitam a circulação do veículo no trânsito é de difícil aplicação e fiscalização, diferentemente de melhor preparar o condutor, o qual em alguns momentos, diante de ações flagradas nas vias públicas, confunde motocicleta com bicicleta (quando, por exemplo, desmonta da motocicleta e a empurra na contramão ou no passeio), muito embora para ambas faz-se necessário seguir as regras de circulação e condutas previstas no Código de Trânsito Brasileiro.
A formação do motociclista baseado em aulas teóricas e práticas em que na melhor das hipóteses a segunda marcha é engatada e somente o freio traseiro é acionado precisa ser revisto. Salvo alguns modelos, a pressão no freio dianteiro deve ser de 70% contra 30% no freio traseiro, sendo que acionar somente o freio traseiro é sinônimo de queda. Não se trata de formar motociclistas aptos a disputar um grande prêmio, mas sim preparados para enfrentar o trânsito pesado que vivenciamos, que além de utilizar os freios, saibam fazer curvas, observar o piso a ponto de evitar uma queda e principalmente deixem de lado o hábito de transitar demasiadamente próximo aos outros veículos, notadamente em relação às demais motocicletas.
O choque entre motocicletas, algo raro, a cada dia se torna mais comum. Há registros de casos em que três, quatro motociclistas se envolvem em um acidente, o qual poderia se evitado com ações simples como guardar distância segura, utilizar espelhos retrovisores devidamente colocados no formato para o qual foram projetados, acionar as luzes indicadoras de direção.
Outro hábito que precisa ser evitado quando quem está a conduzir a motocicleta é uma mulher, diz respeito a transitar com bolsa pendurada nos braços ou no guidão. A bolsa a movimentar-se é um indutor a uma aceleração brusca, ou ainda a limitar movimentos. O ideal são os modelos tipo mochilas, presas ao corpo, melhor ainda em nome da segurança é a adoção de bauletos para transportar a bolsa.
De outra banda, há louváveis iniciativas propondo a isenção de impostos para produtos de segurança para motociclistas como capacetes, jaquetas, botas, luvas, equipamentos esses essenciais para minimizar os efeitos de um acidente, mas caso essa proposta venha a se concretizar, de nada irá adiantar se na eventualidade de um choque ou queda, o capacete ultimo tipo, fabricado em kevlar e fibra de carbono não estiver devidamente afixado através da cinta jugular.
Portanto, mais que aguardar ações governamentais em prol da segurança, cada um pode ajudar a mudar o quadro de guerra das vítimas de acidentes com motos adotando posturas seguras, afinal, como vimos, a segurança do motociclista é ativa.

 

*Renato Campestrini
Advogado Especialista em Trânsito, Mobilidade e Segurança.

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