NOTÍCIAS

Três notícias boas e uma ruim

por Fernando Calmon*

Publicado em

Fim de ano traz momentos de descontração. Costuma-se perguntar ao interlocutor, quando há notícias boas e ruins, quais delas deseja ouvir primeiro. No caso, são três boas e uma ruim. Então comecemos pelas que nos dão alento.
A primeira é que para 2011 o Sindipeças, que reúne quase todos os fornecedores dos fabricantes, divulgou uma previsão relativamente otimista para o nível de produção. A entidade espera crescimento de 4% sobre o recorde de 2010. A Anfavea, preocupada com as dificuldades de exportar, acredita que a produção ficará estagnada no próximo ano. Parte das vendas internas seria ocupada pelas crescentes importações e assim o nível de emprego tenderia a não se expandir.
Outra boa novidade: Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) e Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial) chegaram a um acordo já para o próximo ano. Haverá a unificação da chamada Nota Verde, que classifica os automóveis pelos níveis de emissões, e do Programa Brasileiro de Etiquetagem, que informa consumo e eficiência energética dos veículos por segmentos divididos pela área projetada no chão.
Será um trabalho de fôlego e, claro, sujeito a imperfeições. A maior vantagem está no fim da adesão voluntária dos fabricantes quanto ao consumo. Gerava distorções e, por parte de algumas marcas, escamoteava números que o comprador tem o direito de saber. O Inmetro também expandirá as auditorias porque todos deverão informar os números.
Mais um exemplo positivo de trabalho coordenado é do DPDC (Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor) e do Denatran. Os dois órgãos vão trocar informações sobre os recalls e, a partir de março, o documento de licenciamento trará uma observação sobre o veículo que não respondeu à convocação. Isso se deve, além de dificuldades de comunicação (endereço do proprietário sob sigilo), ao simples esquecimento. As fábricas emitirão relatórios quinzenais sobre os atendimentos e os motoristas receberão um comprovante do serviço efetuado.
Porém, como nada é perfeito, o Contran reservou um desagradável presente, com vigência a partir de novembro de 2011. Definiu a resolução 363, em outubro último, impondo procedimentos sobre autos de infração. O texto traz alguma coisa interessante como a regulamentação da penalidade de advertência.
O maior problema está nos novos procedimentos de indicação do real infrator. Hoje o proprietário e o infrator preenchem os dados, ainda na fase de notificação, assinam e é anexada uma cópia da carteira de habilitação de condutor. Os documentos são enviados pelos Correios. No próximo ano será necessário reconhecer as firmas de ambos em cartório.
Ninguém merece. A resolução trata abusivamente os motoristas como agentes de má-fé por natureza e ainda cerceia o legítimo direito de defesa. Órgãos públicos, desde a preciosa Lei Bulhões de desburocratização, são obrigados a aceitar a assinatura de um documento desde que possa ser comparado a outro de fé pública. Se a multa ocorrer em local diferente do registro do veículo, os envolvidos terão, em certas circunstâncias, de comparecer aos cartórios em outras cidades.

 

*Fernando Calmon
Jornalista

Originalmente publicada no Interpress Motor em 21/12/2010.

COMPARTILHAR

Veja

também

Como as cidades inteligentes apostam na tecnologia para uma gestão urbana mais eficiente

Lombada eletrônica completa 32 anos ajudando a salvar vidas 

Perkons celebra 33 anos de inovação e segurança no trânsito

Perkons Connect entra para o calendário nacional e passará por todas as regiões do país

Inovação e Gestão Urbana: temas centrais do Perkons Connect

Segurança no trânsito em foco no Perkons Connect

Primeira edição do Perkons Connect será em São José do Rio Preto

Relatório de Transparência Salarial

Visão Zero é capaz de transformar a mobilidade urbana no Brasil

Maio Amarelo 2024: Paz no trânsito começa por você

Nascemos do ideal por um transitar seguro e há três décadas nossos valores e pioneirismo nos permitem atuar no mercado de ITS atendendo demandas relativas à segurança viária, fiscalização eletrônica de trânsito, mobilidade urbana e gerenciamento de tráfego.