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Trânsito urbano, por Dagoberto Waydzik

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    Desde o Plano Real, o País vem crescendo sistematicamente. Com a adoção de uma continuidade de boas políticas públicas, salvo alguns desvios e escândalos, a tendência é que o progresso seja constante. Não é diferente nos estados e nas cidades. A relevância das cidades, como espaço essencial para o ser humano, vem aumentando. A maioria da humanidade vive hoje em dia em cidades, as quais constituem um dos grandes propulsores do desenvolvimento econômico e social.
    É nelas que se observam, com especial claridade, os desafios ecológicos e comunitários do nosso futuro. Entre ele, fazem parte o trânsito crescente e a acessibilidade de nossas cidades.
    A mobilidade é o ponto inicial básico para poder ancorar a subsistência da vida nos campos do trabalho, social e político. É fundamental que a sociedade e o poder público discutam sobre a mobilidade humana. Deve-se procurar desenvolver um projeto de engenharia de tráfego com a participação do poder público, entidades de classes atinentes a área, universidades e empresas.
    Em várias cidades, alguns avanços foram alcançados. Com a implantação de binários em determinadas ruas, colocação de semáforos com temporizadores, o aumento da pavimentação, a sinalização e a melhoria da iluminação. Contudo, o trânsito das cidades continua caótico. O motivo, além do progresso econômico, também advém de um crédito fácil e desenfreado e, perigoso, para aquisição de veículos.
    Ainda temos o despreparo de muitos motoristas. A falta de educação de outros. O pouco efetivo policial para punir infratores. A escassez de campanhas educativas contínuas, tanto através de veículos de comunicação de massa como dentro de ambientes corporativos (empresas, associações, clubes de serviço, igrejas, etc.).
    A precariedade de algumas vias. A falta de agilização para que refaçam imediatamente o calçamento das vias públicas quando for quebrada para a execução de serviços das concessionárias de luz, água, telefonia e, que se executem esses serviços com qualidade. A instalação em locais inadequados de pontos de ônibus e táxis.
    A solução não é fácil e, nem imediata, porém tem algumas medidas que devem ser discutida pelo Executivo, Legislativo, associação de engenheiros e arquitetos e outras entidades, além, é claro, da população em geral.
    Elencamos, abaixo, ações que devem ser discutidas e implantadas no trânsito de uma cidade:
– Fomentar o conceito de que o pedestre vem em primeiro lugar, quando houver faixa indicativa.
– Introduzir nos currículos do ensino fundamental, tanto nas escolas municipais como estaduais, uma disciplina sobre o trânsito.
– Promover campanha para que as faixas de pedestre sejam respeitadas, elegendo alguns pontos de alta visibilidade para servir de referencia.
– Executar reparos e obras em vias publicas em horários alternativos.
– Implantar sistema de controle eletrônico de velocidade nas vias arteriais (rápidas).
– Regulamentar horário diferenciados para trafego de caminhões na área central, (por exemplo: das 6h às 8h e das 17h às 19h).
– Incentivar o uso e dar prioridade para o transporte coletivo.
– Implantar políticas que levem à criação de uma “cultura de baixa velocidade“ (fiscalização/ educação/ equipamento, etc.).
– Garantir a “vontade política“ do Executivo para a implantação de medidas de trânsito que são necessárias, mas “impopulares“.
– Conceber todas as possibilidades de mobilidade das pessoas para melhorar o trânsito (ciclovia, transporte coletivo).
– Adequar as calçadas para pessoas com necessidades especiais.
– Construir perimetrais ao redor da cidade para deslocar os veículos que passam pelo município.
– Criar benefícios fiscais para implantação de estacionamentos.
– Ampliar fiscalização nos horários de maior incidência de acidentes e nas vias rápidas. Promover uma “fiscalização orientada“ como primeira etapa de uma posterior ação mais severa e punitiva.
    Muitas outras ações poderiam ser expostas aqui, contudo se uma parte dessas for implantada, certamente nosso trânsito melhorará sobremaneira. A vida humana é uma preciosidade única, um momento, um tempo. As pessoas têm caminhos a serem decididos e percorridos.

Dagoberto Waydzik
Engenheiro civil


Originalmente publicado no jornal Paraná Online em 20/08/2010.

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