Utilizamos cookies para oferecer melhor experiência, melhorar o desempenho, analisar como você interage em nosso site e personalizar conteúdo. Ao utilizar este site, você concorda com o uso de cookies. Saiba mais em nossa Política de Privacidade.
Uma das consequências da redução da maioridade penal no Brasil seria adolescentes ao volante. Hoje maioria das vítimas nos acidentes de trânsito, eles poderiam dirigir a partir dos 16 anos, idade em que, cientistas afirmam, as estruturas do cérebro e a maturidade mental ainda não estão completamente formadas. Pesquisas explicam que o cérebro dos adolescentes tende a abolir os medos. De uma perspectiva evolutiva, essa supressão temporária pode ser altamente adaptativa, pois se produz justamente quando o adolescente adota condutas exploratórias para “sair do ninho”. No trânsito, porém, condutas destemidas podem ser (e são) fatais.
A Teoria da Homeostase do Risco explica que os condutores dirigem de maneira arriscada para manter um nível subjetivo de risco constante. O nível ótimo de risco ? ou risco aceito na busca de sensações ? é mais presente em jovens de 16 a 24 anos, o que nos leva à inconsequência e sensação de invulnerabilidade. Entre os fatores que determinam o comportamento do jovem no trânsito estão a qualidade dos vínculos estabelecidos com a família, a influência dos pares e o conjunto dos valores e crenças do meio. A característica de rebeldia, dentro de um contexto de formação da identidade, somada à necessidade de afirmação sexual, traz profundas incertezas aos jovens. A representação social do veículo como um objeto de poder e valorização pode servir de compensação nesta fase. Políticas de educação para o trânsito direcionadas aos jovens devem, portanto, reforçar a mensagem: “Você pode arriscar mudar de estágio, conhecer gente nova, visitar um lugar diferente, viajar sozinho. Mas, ao volante, as consequências podem ser trágicas”. No trânsito, certo nível de medo é necessário e até desejável. Faz com que sejamos mais prudentes, fugindo de situações perigosas, e nos mantêm vivos. É isso que, segundo a ciência e a experiência, faz falta aos jovens.
por Ildo Szinvelski*
Diretor-geral do Detran/RS
Utilizamos cookies para oferecer melhor experiência, melhorar o desempenho, analisar como você interage em nosso site e personalizar conteúdo. Ao utilizar este site, você concorda com o uso de cookies. Saiba mais em nossa Política de Privacidade.