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O envelhecimento no trânsito

por Cristina Baddini*

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O grande perfil da vítima no trânsito é: homem, com mais idade  conduzindo veículo no final de semana entre as 18h e 24h.  É  justamente o momento da maturidade e plenitude do indivíduo, quando ele se encontra e se sente mais firme na  vida, com sua carreira encaminhada e acaba se arriscando ou se envolvendo em um acidente que pode  interromper ou prejudicar seu futuro !
Uma possibilidade é que a causa resida na teoria do risco aceito. Pela teoria, o indivíduo estabelece um determinado nível de risco que ele assume e considera aceitável para si. No trânsito, quanto mais equipamentos de segurança o veículo apresentar, será maior a velocidade que o homem irá considerar como controlável representando assim mais situações de risco em que o motorista acabará se expondo.  Quanto mais tempo de direção ele tiver, com maior frequência ele dirigirá à noite e fará ultrapassagens arriscadas.

E agora? 65 anos
Nos idosos, os traumas causados por acidentes de trânsito têm recuperação demorada. Para um mesmo tipo de acidente, estudos demonstram que o tempo médio de internamento de um jovem é de aproximadamente cinco dias enquanto que para um idoso, a internação ultrapassa duas semanas.
A capacidade de dirigir significa a independência para muitos motoristas idosos assim, é fácil concluir que a inaptidão da habilitação  representa para o idoso uma dolorosa perda provocada pelo processo natural do envelhecimento já que o ato de dirigir exige interação entre estímulos e respostas rápidas, diante das muitas situações e modificações que ocorrem no trânsito no momento em que está se conduzindo um veículo.
As alterações relacionadas com a idade que mais afetam a capacidade do idoso, seja na condição de motorista ou como pedestre são: prejuízos cognitivos, diminuição da velocidade psicomotora, mudanças sensório-perceptivas, doenças crônicas e o uso constante de medicamentos.

Andar
É uma atividade sadia e que mantém a forma física do idoso que está sempre indo ao banco, fazendo compras, visitando alguém e por consequência necessita atravessar ruas, avenidas e estradas, razão pela qual sofre nestas ocasiões uma exposição maior ao perigo dos veículos.
Devido à restrição de suas capacitações e os reflexos geralmente comprometidos nesta idade, certas dificuldades foram detectadas em motoristas idosos em pesquisas realizadas:
1. Manobrar à esquerda, atravessando um tráfego;
2. Adentrar em um via de alta velocidade;
3. Trocar de faixa em uma pista congestionada;
4. Transpor cruzamentos com alto volume de tráfego;
5. Parar rapidamente em uma pista de tráfego.
Portanto, ações devem ser tomadas com o objetivo evitar os acidentes, como construção de passarelas, melhorar a iluminação, faixas de segurança, barreiras que impeçam travessias em locais de riscos e a conscientização na educação do trânsito com ações efetivas tanto para os motoristas como para os pedestres evitando assim um confronto que muitas vezes pode ser fatal.

Prioridade no estacionamento
O Estatuto do Idoso, segundo Lei 10.741/2003, deve ser respeitado e cumprido pelas instituições nacionais. Em seu artigo 41 ficou estabelecido: “É assegurada a reserva, para os idosos, nos termos da lei local, de 5% (cinco por cento) das vagas nos estacionamentos públicos e privados, as quais deverão ser posicionadas de forma a garantir a melhor comodidade ao idoso”.
Vagas também devem ser  asseguradas aos deficientes físicos nos estacionamentos rotativos.
Se você não é idoso nem deficiente não utilize nem por um minuto as vagas a eles destinadas.

 

*Cristina Baddini
Consultora do Diário do Grande ABC, Diretora da ONG Rua Viva, Assessora do MDT
cristinabaddini@dgabc.com.br; blog: http://olhonotransito.blogspot.com

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