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Free Flow representa ao usuário sistema mais justo de pedágio

Evolução do sistema esbarra na implantação do Siniav

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Avançando devagar pelo país, um novo sistema de cobrança de pedágio ainda é desconhecido de boa parte dos motoristas. O chamado free flow (fluxo livre, em inglês) é a arrecadação por quilômetro percorrido que, em teoria, representaria um modelo de pedágio mais justo.

Nesse sistema, a tecnologia substitui as atuais praças de pedágio combinando o uso de radiofrequência e gravação de imagem para registrar a passagem dos veículos pelas vias. O free flow já é realidade em mais de 20 países e, de acordo com Ricardo Simões, gestor de produtos da Perkons, deverá funcionar no Brasil de acordo com nossas características. “A iniciativa vem sustentada por grandes impulsionadores: a expectativa da redução de custos, a cobrança por trecho percorrido, a facilidade do monitoramento, além da possibilidade de uso dessa tecnologia para outras finalidades, como o monitoramento de cargas”, esclarece.

“O interessante desse sistema é a sensação de
justiça que ele traz em seu discurso”, ressalta Simões.
Crédito: Artesp.

A implantação efetiva do free flow nas rodovias brasileiras, entretanto, depende de outros fatores, entre os quais a ativação do Sistema Nacional de Identificação Automática de Veículos (Siniav), prevista para atingir todo o país até meados de 2014. “Além disso, é necessária a definição de regras claras para a identificação dos usuários que circularem nas rodovias sem se cadastrar nos programas, evadindo o pagamento do pedágio”, alerta Moacyr Servilha Duarte, diretor presidente da Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias (ABCR).

Simões explica o funcionamento do sistema: “Há uma etiqueta de identificação por rádio frequência (TAG), instalada no veículo que traz a identificação dele, por exemplo sua placa. Ao passar pelas antenas dispostas no caminho, é possível identificá-lo  e cobrar tarifa ao final do percurso. A maioria das antenas são instaladas em pórticos sobre a via para maximizar a leitura”.

Para Duarte, a modernização do sistema de cobrança de pedágio via free flow é uma evolução natural e entre os principais benefícios da implantação da cobrança eletrônica por pórticos está a ampliação da base de pagantes. “A partir dessa mudança, todos os veículos que entrarem numa rodovia pedagiada pagarão pelo uso da infraestrutura. Assim, os veículos que atualmente pagam pedágio pagarão menos, e os que não pagam passarão a pagar, eliminando o subsídio cruzado entre usuários”, observa Duarte.

Cobrança justa?

De um lado, a adoção do sistema iria resolver uma das queixas dos usuários que reclamam que muitos utilizam a rodovia, porém poucos pagam a tarifa. No entanto, há casos em que o trecho percorrido entre um ponto e outro não é tarifado justamente pela ausência de uma praça de pedágio, seja por uma regulamentação inerente ao contrato de uma concessionária ou pela própria relação custo-benefício de se cobrar poucos veículos com a construção e manutenção de um posto de cobrança. “Nesses casos, quem antes não pagava por esses pequenos deslocamentos passará a contribuir, mesmo que proporcionalmente. O interessante desse sistema é a sensação de justiça que ele traz em seu discurso”, ressalta Simões.

Desde 2008, o governo de São Paulo testa o free flow em três rodovias do estado no sistema chamado Ponto a Ponto. Os testes acontecem nas rodovias Santos Dumont (SP-75), Engenheiro Constâncio Cintra (SP-360) e Governador Adhemar Pereira de Barros (SP-340). Os resultados, segundo o presidente da ABCR, são positivos. “O sistema está servindo para resolver problemas específicos nestes locais, decorrentes da metodologia aplicada na licitação para a definição do trecho de cobertura das praças de cobrança, pela qual é definido o valor da tarifa de pedágio de cada praça”, explica.

Apenas 7% da malha rodoviária nacional – pouco mais de 14,7 mil quilômetros de estradas – são administradas por concessionárias e, consequentemente, estariam aptas a receber o sistema free flow. E, mesmo entre esse universo restrito, nem todas as vias são compatíveis com a cobrança por quilômetro percorrido – é o caso da Ponte Rio-Niterói, onde se considera a travessia completa e todos os usuários são tarifados.

Vantagens do free flow:

• Expectativa de melhora na mobilidade local, já que a cobrança da tarifa de pedágio ocorreria de maneira eletrônica e sem intervenção de operadores humanos. O tempo economizado seria de, pelo menos, um minuto por veículo.

• Redução gradual de custos nos postos de cobrança de pedágio. Obviamente isso deve ocorrer ao longo do tempo e depende do sucesso do projeto. Mas poderia ser significativa, já que o custo de manter uma praça de pedágio é considerável.

• Com o pleno funcionamento do modelo brasileiro, há uma expectativa de geração de uma sensação de justiça entre os usuários do sistema, já que se espera que haja pagamento de pedágio relativo apenas ao trecho percorrido pelo usuário.

• Monitoramento das informações de veículos possibilitando melhorar a oferta de tarifas mais baixas para veículos que realizem um determinado trajeto rotineiramente.

• Facilidade de pagamento, provida pelos diversos sistemas automáticos de aquisição já existentes.

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