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Estrangeiros enfrentam barreiras de mobilidade no Brasil

Como a Copa pode ser uma oportunidade para atender melhor os milhões de turistas que visitam o país todos os anos?

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Em 2013, o Brasil bateu o recorde de turistas estrangeiros: foram 6 milhões de pessoas, segundo dados do Instituto Brasileiro de Turismo (Embratur), um crescimento de 5,2% em relação ao então número recordista de 5,7 milhões, alcançado em 2012. Mas assim que os turistas chegam ao País, esbarram com um problema que se soma à barreira idiomática: a mobilidade e o acesso à informação. As placas de trânsito e as sinalizações nem sempre são suficientes, fazendo com que se percam com mais facilidade. Mas será que com a Copa do Mundo essas informações vão estar mais claras nas principais capitais brasileiras?

O governo corre contra o tempo com obras de mobilidade; a dúvida que surge é: serão suficientes para receber bem os turistas?

A Perkons procurou o Ministério do Turismo para conhecer seu projeto para atender a demanda de turistas para a Copa, estimada em 600 mil – fora os habituais. A pasta afirmou que investiu R$ 180 milhões em três categorias de obras para preparar os 12 destinos-sede da Copa do Mundo: aquisição, construção ou reforma de centros de atendimento ao turista (CATs); instalação de sinalização turística; e obras de acessibilidade. Outro investimento foi em qualificação profissional: foi firmada uma parceria com o Ministério da Educação e as pastas, juntas, implantaram o programa Pronatec Turismo, que oferece 54 cursos profissionalizantes integralmente presenciais em 120 municípios brasileiros, com 125 mil alunos matriculados até agora. O foco são as atividades ligadas ao receptivo turístico. Mais 36 mil vagas serão ofertadas em 2014. Estas ações ficarão como um legado para os turistas que vierem após o campeonato, mas será que são ações suficientes?

O francês Renaud Terracina já esteve no país três vezes, onde teve oportunidade de conhecer 14 estados. Segundo ele, o que fez a diferença foi a sua fluência em português, mas ainda assim sofreu com alguns problemas para se locomover no Brasil. “O assédio dos taxistas é muito grande, em especial no Nordeste do país, chegavam a ser inconvenientes oferecendo seus serviços de transporte, com uma péssima abordagem. Também enfrentei problemas para comprar passagens de avião dentro do Brasil, uma vez que é obrigatório o preenchimento do CPF para alguns voos e eu não tenho esse registro.”

“A Copa do Mundo será uma oportunidade para o Brasil mostrar a qualidade de serviços de hospedagem, transportes e atendimento de bares e restaurantes”, afirmou o secretário nacional de Políticas de Turismo, Vinicius Lummertz, em evento recente no Ceará, em que se discutiu sobre ações a serem tomadas neste sentido, como um curso de boas práticas comerciais e respeito aos consumidores destinado a profissionais que terão contato com os turistas.

Contudo, não são apenas as cidades-sede que devem aproveitar a oportunidade da Copa para aperfeiçoar a recepção aos turistas. Segundo estudo da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), na Copa das Confederações, realizada em 2013, foi gerado um movimento de R$ 20,7 bilhões, sendo acrescentados R$ 9,7 bilhões como renda ao PIB brasileiro. Destes, 58% permaneceram nos locais onde foram realizados os jogos, e 42% foram distribuídos pelo restante do país. O mesmo ocorreu com as 303 mil vagas geradas durante o torneio do ano passado: 60% ficaram onde tudo aconteceu, e 40% em outras partes do Brasil. “Mesmo tendo só algumas cidades-sede, teremos um impacto econômico que as extrapola”, conclui o ministro do Turismo, Vinícius Lages.

Analisando o panorama

O professor Issao Minami, da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU-USP), aposta que todo o investimento que vem sendo realizado – tanto para a Copa do Mundo quanto para os Jogos Olimpícos de 2016 – deve melhorar as relações entre os profissionais de turismo e os visitantes. “Desejamos que com sistemáticas, formas de capacitação e recrutamento de mão de obra especializada, conjuntamente com mudança comportamental na maneira de recepcionar, as relações interpessoais de segurança, de mobilidade e de acessibilidade aos espaços públicos e semi-públicos sejam melhores”.

Além da receptividade, outro ponto que o professor considera fundamental é a acessibilidade. “É o item que mais deve merecer empenho, pois dificilmente haverá investimento o suficiente para superar o nível de oferecimento de condições mínimas de conforto e de segurança. A nossa mobilidade urbana é deficiente e altamente comprometida com o transporte individualizado.”


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