Em sua 19ª edição, o chat Perkons do último dia 29 de julho discutiu um dos temas que mais gerou polêmica entre os participantes: o uso dos semáforos. O chat contou com representes de 13 estados brasileiros, com especialistas de órgãos municipais de trânsito, do Conselho Estadual de Trânsito, consultores, mestrandos na área, entre outros.
Além de discutirem entre si, os participantes fizeram várias perguntas aos entrevistados: Antônio Sérgio Damasceno, advogado e educador, atualmente presidente do Conselho Estadual de Trânsito do Estado do Rio de Janeiro – CETRAN/RJ; Luis Vilanova, engenheiro civil, especializado em Engenharia de Trânsito e responsável pelo site Sinal de Trânsito; e Sergio Ejzenberg, engenheiro civil e Mestre em Transportes.
Piscante noturno – Damasceno esclareceu que o piscante vermelho não está previsto no CTB, portanto, sua aplicação é indevida. Além disso, “o CTB não determina em que período – diurno ou noturno – deve ser programado o funcionamento na fase amarelo piscante”, escreve. Para Ejzenberg, mesmo que seja permitido e aplicado à noite, o uso é preocupante. “O piscante amarelo noturno em redes, quando permanece amarelo para os dois lados, induz ao descuido e relaxamento da segurança, aumentando os acidentes no período. Piscar amarelo na principal e vermelho na secundária é uma possível solução, porém não permitida pelo CTB”. Esta proposta, mesmo que hoje legalmente inviável, também foi defendida por Rosângela Battistella, da Diretran (Curitiba/PR), e por Vilanova. “A solução amarelo piscante para a via mais importante e vermelho piscante para as demais contribuiria para a melhor compreensão e respeito desse tipo de sinalização“, diz Vilanova.
Semáforos temporizados – para Damasceno, o uso deste tipo de semáforo para os condutores é uma boa prática, desde que seja abolida a fase amarela. “O sinal amarelo, no contexto da segurança do trânsito, não dever ser entendido como intermediário, mas como recomendação de parada”, diz. O gerente de sinalização semafórica da CTTU, Nelson Nogueira, explicou que Recife usa há seis anos, o que melhorou o fluxo da cidade que tem uma frota de 500mil veículos. Segundo ele a população pede a instalação de mais dispositivos com temporizadores.
Já Vilanova vê o uso com temeridade por incentivar um “efeito rally“, a exemplo da largada da Fórmula 1: “Mostrar os últimos segundos de verde implica em convidar os motoristas a fazer cálculos. Isso não é saudável para quem tem de tomar decisões em frações de segundo”. Rosângela Battistella compartilhou sua experiência em Curitiba: “Tivemos que implantar por decisão política e fizemos acompanhamento de 24 meses antes e depois da implantação e os acidentes aumentaram em 53%“.
Já o uso do regressivo para os pedestres foi bem apontado por todos.
O participante Willy Lin, da EMDEC- Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas, compartilhou a experiência no município. “Instalamos 190 regressivos para os pedestres e com essa medida, constatamos mais respeito por parte deles. Com relação ao regressivo veicular, concordamos com o fator múltiplo que ele implica no motorista, portanto, somos contrários a sua instalação.“
Na sequencia, discutiu-se ainda o caráter experimental do uso de temporizadores e a falta de avaliação de sua eficácia, questões de sincronismo e onda verde e o tempo mínimo que deveria ser programado para a travessia segura de pedestres.
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