A malha viária do ABC não comporta tantos veículos circulando e criando congestionamentos na Região. Somos responsáveis por 15% do total de viagens diárias realizadas em toda a metrópole de São Paulo e a contínua expansão da malha viária não é mais possível. Hoje em dia, as pessoas nos carros enfrentam congestionamentos seja qual for a alternativa de trajeto que escolherem. E assim a vida urbana vem perdendo qualidade a cada dia.
É fundamental que haja algum nível de gestão regional priorizando o transporte coletivo urbano e metropolitano, priorizando a modalidade de maior capacidade de transporte de pessoas, reduzindo o consumo de combustíveis, proporcionando melhor qualidade ambiental, reduzindo os acidentes e mortes no trânsito tudo isto com a priorização para o transporte coletivo. Neste sentido, o Grande ABC trabalha na implantação do Monotrilho e Trem Expresso ligando o ABC a São Paulo com bons resultados sob o aspecto da melhoria da qualidade de vida.
O desafio
Bons sistemas de transporte público são essenciais para reduzir a dependência do automóvel, mas não são suficientes. É preciso também que os governos adotem medidas restritivas ao transporte individual motorizado, pois há um grave desequilíbrio entre os investimentos que toda a sociedade faz na infraestrutura rodoviária e o seu uso quase exclusivo por parte de quem anda de carro no dia a dia. É preciso taxar estacionamentos e fazer pedágios urbanos nos grandes centros, destinando os recursos arrecadados aos transportes públicos.
Operação Compartilhada
O Grupo de Trabalho de Mobilidade Urbana do Consórcio Intermunicipal do Grande ABC fez um plano emergencial para o trânsito da região chamado “Operação Compartilhada”, que foi aprovada pelos Prefeitos da Região e anunciada pelo Presidente do Consórcio Mário Realli. A Operação Compartilhada estipula ainda a integração dos agentes de trânsito do ABC, o fim das vagas de estacionamento das ruas dos três eixos prioritários escolhidos pelo alto nível dos congestionamentos.
ABC proíbe caminhões nos horários de pico
Conforme o último levantamento do Departamento Nacional de Trânsito, realizado em setembro, a região possui 1.413.085 veículos. Destes, 1.065.983 são compostos por veículos leves e 71.951 são pesados. Alguns especialistas criticaram estas medidas, mas primeiramente elas não podem ser analisadas isoladamente e em segundo lugar, não se compara diretamente número de automóveis com caminhões. Sabemos que a circulação de caminhões é muito mais lenta e o espaço na via que um caminhão ocupa é três vezes maior que o de um automóvel. Além do mais, a região do Grande ABC é industrial e a circulação de caminhões se dá muito além da logística de distribuição de cargas para o comércio, mas também pela saída das mercadorias e automóveis das indústrias do ABC. Um caminhão que se acidenta , se quebra ou uma carreta que se enrosca já é o suficiente para paralisar uma ou mais cidades da região. Saliento que uma medida que otimize esta distribuição e uma melhoria no trânsito venha a beneficiar o comércio e a indústria local. Vocês concordam que de nada adianta um caminhão carregado ficar parado no congestionamento.Acredito que a infraestrutura urbana que fica ociosa no entrepico e principalmente a noite pode atender com bastante eficiência a carga que se desloca nas cidades.
Parabéns
Foi um passo importante para a solução de problemas de circulação enfrentados pelas cidades.Os prefeitos estão tendo vontade política para empunhar a bandeira de usar os espaços urbanos da melhor maneira possível em prol da população. Espero que o Consórcio seja um viabilizador de ações conjuntas para a segurança no trânsito e melhoria da vida de quem vive e circula pelo ABC.
*Cristina Baddini Lucas
Assessora do MDT, colunista do Diario do Grande ABC (Coluna De Olho no Trânsito)
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