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Cidades do futuro

por Cristina Baddini*

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Em 2050, teremos 7 bilhões de pessoas vivendo em cidades, 9,3 bilhões ao todo no mundo. Estamos falando de algo daqui a duas gerações, a cidade dos nossos netos. E ninguém sabe o que isso significa. Em 2050, provavelmente Rio e São Paulo serão uma só? Se você olhar o crescimento das duas cidades, verá que estão se aproximando. Teremos infraestrutura urbana contínua entre ambas. Será uma única megalópole? Nesse momento, teremos seis ou sete espaços no mundo com 50 milhões de pessoas. Lembre-se de que hoje, na China, uma cidade de 1 milhão de pessoas em cinco anos, passará a ter 10 milhões de pessoas e, em 20 anos chegará a 25 milhões de habitantes.

Considerando que a expectativa de vida das pessoas vai em direção aos cem anos, até mesmo no Brasil, quer dizer que, em 2050, 2 bilhões de pessoas vivendo em cidades terão mais de 60 anos. Se olharmos nossas ruas, veremos que não pensamos a cidade para pessoas mais velhas. Pensamos nos jovens? Também não. A cidade foi desenhada para pessoas que trabalham, para a idade de trabalho, entre 22, 25 anos até os 65 anos. As questões de como envelhecer e ter saúde serão mais críticas. Este é o pensamento de Mark Wigley, um dos principais pensadores do futuro das cidades e segundo ele, vamos ter que criar uma solução para a vida saudável nas megalópoles.

Os mais de 1 bilhão de carros no mundo já são hoje responsáveis por grandes congestionamentos e problemas. Hoje o tráfego de automóveis em Londres, por exemplo, é mais lento que o das carruagens há cem anos. Caso não haja mudanças, o problema será ainda maior. A expectativa é de que em 2050 cerca de 4 bilhões de carros estejam rodando e entupindo estradas e ruas de cidades em todo o planeta. Só o transporte coletivo público integrado poderá equacionar a mobilidade urbana futura. O transporte coletivo pode transformar as cidades! A frase não vem de nenhum entusiasta ou operador de transporte público, mas é uma constatação de especialistas do Banco Mundial que realizaram diversos estudos em vários locais do planeta.

ZONA 30

A alemã Heike Aghte juntou-se à organização ativista FUSS e.V. que é a favor de uma mobilidade sustentável para lançar uma iniciativa de Cidadania Europeia que visa a implementação de limites de velocidade de 30 km/h nas zonas urbanas ou residenciais dos países da União Europeia. O objetivo é recolher assinaturas até ao final de 2013 para levar o assunto à Comissão Europeia.

Os impulsionadores da iniciativa argumentam que o controle da velocidade é um meio eficaz para melhorar não só a segurança rodoviária, mas também a qualidade do ar, permitindo diminuir o ruído e as emissões de gases com efeito de estufa e que a melhoria no fluxo do trânsito torna ainda os deslocamentos a pé e em bicicleta mais seguros e agradáveis.

Os limites de velocidade de 30km/h salvam vidas. Desde de que foi criada a primeira zona 30 como projeto-piloto na pequena cidade alemã de Buxtehude em 1983, que numerosas zonas 30 provaram o seu valor por toda a Europa. Onde quer que tenham sido instaladas, houve uma considerável redução na quantidade e na seriedade dos acidentes, conforme explica o mesmo site.

Para obter mais informações e apoiar a iniciativa, consulte o site http://pt.30kmh.eu

MEDELLIN

Medellín, na Colômbia, foi eleita pelo público como a cidade mais inovadora do mundo num concurso realizado pela ONG americana Urban Land Institute. A cidade surge no ranking à frente de Tel Aviv e Nova Iorque, graças à sua aposta na mobilidade sustentável.
Medellín destacou-se especialmente por ter investido em infraestruturas que visam a melhoria da mobilidade dos habitantes das regiões mais pobres. A cidade conta atualmente com um eficiente sistema de metro e teleféricos, que permitem aos habitantes deslocarem-se com facilidade da periferia até ao centro da cidade.

Uma das infraestruturas que pesou na distinção da cidade foi uma escada rolante gigante e um sistema de teleférico que permite aos habitantes com rendimentos mais reduzidos – e que vivem nas periferias – usufruírem de um desconto nos bilhetes e chegarem rapidamente ao centro.

*Cristina Baddini
Consultora do Diário do Grande ABC e Assessora do MDT
cristinabaddini@dgabc.com.br; blog: http://olhonotransito.blogspot.com

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