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Cidades Compactas

por Cristina Baddini Lucas*

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Segundo levantamento da Universidade de São Caetano do Sul – USCS, moradores de Regiões do Grande ABC consideram que o trânsito piorou nos últimos dez anos. A população reprovou as condições de trânsito que tinha nota 4,7 três anos atrás quando foi o quarto pior setor de política pública, caindo agora mais 0,8 pontos na recente avaliação da população. 
Num primeiro momento pode se pensar que todas as políticas e investimentos na engenharia de tráfego, com melhorias na sinalização, mudanças de mão de direção, novas vagas de zona azul e melhoria nos semáforos e infraestrutura das vias não tenham surtido efeito. Ao contrário, o trânsito piorou.

Por que
A malha viária do ABC não comporta tantos veículos circulando e gerando congestionamentos na Região. Somos responsáveis por 15% do total de viagens diárias realizadas em toda a metrópole de São Paulo e a contínua expansão da malha viária não é mais possível. Hoje em dia, as pessoas nos carros enfrentam congestionamentos seja qual for a alternativa de trajeto que escolherem. E assim a vida urbana vem perdendo qualidade a cada dia.

É bom saber
Segundo dados do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), em março deste ano, o ABC tinha 1.062.782 veículos em circulação. Dados finais do Censo 2010 apontam uma população de 2 milhões e meio. Se comparados os dados de frota e população em 2010, o ABC tem 0,5 carros por morador, em média sendo que São Caetano já possui um carro por habitante. O aumento da frota circulante é uma realidade em quase todas as cidades do país. Mas como evitar ou reduzir o uso dos carros se, em sua grande maioria, as cidades não são organizadas para pequenos deslocamentos? Qualquer um de nós, cidadão metropolitano tem que se mexer um pouco mais, caminhando ao invés de usar carro para distancias pequenas e médias.

O que fazer
É fundamental a implantação de uma gestão regional em um nível tal, que priorize a integração entre o transporte coletivo urbano e metropolitano. Neste sentido, o Grande ABC trabalha na implantação do Monotrilho e Trem Expresso interligando o ABC com São Paulo com grandes perspectivas para obtenção de resultados positivos com vistas à melhoria da qualidade de vida da população.
Bons sistemas de transporte público são essenciais para reduzir a dependência do automóvel, mas não são suficientes. É preciso também que os governos adotem medidas restritivas ao transporte individual motorizado, pois há um grave desequilíbrio entre os investimentos que toda a sociedade faz na infraestrutura rodoviária e o seu uso quase exclusivo por parte de quem anda de carro no dia a dia. É preciso ainda taxar estacionamentos e implantar rodízios e pedágios urbanos nos grandes centros, destinando os recursos arrecadados ao seguimento de transportes públicos.

ABC Sustentável
Cidades sustentáveis são compactas. Um dos parâmetros mais importantes a se ter em mente é o de que, para serem menos nocivas ao meio ambiente, as cidades devem ser densas de forma a buscar o uso eficiente do solo, evitando a ocupação dos espaços com edificações muito espaçadas propiciando maior mobilidade e interação social.
É por isso que se diz que Nova York é uma das cidades mais sustentáveis do mundo: é uma cidade compacta, com usos mistos, que favorece o andar a pé e ao mesmo tempo oferece eficientes e confortáveis meios de transportes públicos. Isso elimina em grande parte a necessidade de se utilizar o automóvel privado, até mesmo pela quase inexistência de estacionamentos em Manhattan.  A forma de seus edifícios, muitos deles escalonados (quanto mais alto, mais afastado da rua), não bloqueia os ventos nem a radiação solar, o que é bastante desejável em cidades de inverno mais rigoroso. Além disso, o Central Park funciona como um verdadeiro pulmão, ajudando a absorver o gás carbônico e produzindo oxigênio para esta metrópole.

 

*Cristina Baddini Lucas
Assessora do MDT, colunista do Diario do Grande ABC (Coluna De Olho no Trânsito)

 

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