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Chega de Indústrias de Multas

por Cristina Baddini*

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Rumorosa matéria jornalística foi veiculada em uma das grandes emissoras de TV no último domingo mostrando episódios de corrupção envolvendo empresas prestadoras de serviço e tentativas de facilitação para que as empresas sejam vencedoras em processos de licitação e concorrências públicas. Foram mostradas fraudes e negociatas nos serviços voltados à fiscalização eletrônica de trânsito e emissão dos autos de infração.
Durante a reportagem, maior ênfase foi dada na existência continuada da chamada “indústria das multas” no Brasil. Com a divulgação da matéria, o resultado que se observou foi que a fiscalização eletrônica voltou a ser motivo de revolta para muitos.  No entanto, é importante que todos saibam que as infrações cometidas no trânsito potencializam a ocorrência de acidentes e demonstram que é preciso fiscalizar melhor e reduzir as infrações de trânsito cometidas.
Um estudo da Universidade Anhembi/Morumbi, de São Paulo, estimou que nas 4.614 esquinas de São Paulo com semáforos e faixas de pedestres ocorrem milhões de infrações por ano. De todas estas infrações cometidas, somente 300 mil se transformam em autos de infração e multas.  Assim cabe a pergunta: “Onde está a fábrica de multas?”
Quando um motorista avista uma placa de sinalização eletrônica ele já começa a reclamar. Mas é importante lembrar que os radares servem para proteger os bons motoristas dos maus motoristas. É o sistema mais eficiente de fiscalização de velocidade

Paz no trânsito
Os equipamentos eletrônicos são importantes e necessários e a sua atuação resulta, muitas vezes, na eliminação total ou na quase totalidade dos acidentes com vítimas nos locais e trechos monitorados.
Assim, os equipamentos de controle e fiscalização de velocidade se tornam importantes aliados na preservação de vidas humanas. Uma pesquisa feita para o BID- Banco Interamericano de Desenvolvimento apontou que nos locais onde há fiscalização eletrônica, o número de acidentes diminui em média 30% e o número de mortes cai 60%.
Cada vida que é salva é muito importante para a agregação da família e representa uma economia de R$ 110 mil para a sociedade segundo estudo sobre os custos dos acidentes no Brasil, pesquisa da ANTP- Associação Nacional de Transportes Públicos e IPEA- Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada.
Mas, o ideal para as cidades do Grande ABC é que haja uma integração dos sistemas em uma Central de Monitoramento Regional para tornar mais eficientes as diferentes tecnologias utilizadas para controlar o trânsito, o transporte público, os resgates médicos e os serviços de emergência e de segurança urbana. Vamos combater a corrupção e as distorções do sistema, sem, contudo execrar os equipamentos que, com sua importante atuação,  estão salvando muitas vidas. O radar é o agente de trânsito que trabalha 24h por dia. Além do excesso de velocidade, muitos destes equipamentos já fiscalizam o avanço de sinal vermelho, a conversão proibida e a parada sobre a faixa de pedestres. Em algumas rodovias de São Paulo, equipamentos eletrônicos já flagram veículos em situação irregular quanto ao licenciamento e documentação e com isso evitam que as autoridades policiais necessitem parar os veículos que se encontram em situação regular perante os órgãos de trânsito.
É fundamental que o condutor preste mais atenção à sinalização de trânsito, aprender a respeitar normas de condução e os limites de velocidade. Com essa mudança de atitude, a chamada “indústria de multas” terá sua produção paralisada pela falta de autos de infrações de trânsito.

 

*Cristina Baddini
Consultora do Diário do Grande ABC, Diretora da ONG Rua Viva, Assessora do MDT. Contato: cristinabaddini@dgabc.com.br; blog: http://olhonotransito.blogspot.com/

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