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Arranhei meu carro

por Paulo Ricardo Meira*

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Arranhei meu carro. Um arranhão bobo, nada muito sério, em um sinalizador horizontal de posto de gasolina, em uma bela manhã de sol. Mas, em se tratando de distração, nada deixa de ser sério, pois em vez de um sinalizador, poderia muito bem ter sido o joelho de um transeunte.

Onde foi que eu errei?
Em três pontos básicos que, como consultor da Fenasdetran, deveria já saber de cor:

•     Tão perigoso como o álcool, são os medicamentos que prejudicam o estado de alerta: nessa manhã, eu estava ainda sob o efeito de fortes medicamentos descongestionantes para a gripe, que deixam o sujeito um pouco zonzo. Claro que esses medicamentos sempre trazem o alerta de evitar o uso de equipamentos. Alguém lê e leva a sério? Nem eu levei.
•     Com uma menor percepção de risco, nos expomos mais ao mesmo: manhã de sol, praticamente apenas eu no posto de gasolina, sensor de aproximação de ré, câmera de ré. Com tanta segurança, para que se preocupar? Justamente pela sensação de segurança, o indivíduo é levado a compensar uma maior exposição ao risco, ou menor preocupação com o ele, como coloca o pesquisador canadense Gerald Wilde, em sua obra Target Risk, e o escritor Tom Vanderbilt, em seu livro “Por que dirigimos assim?”.
•     Síndrome do Comandante do Titanic: com mais de duas décadas de experiência ao volante, por que eu iria me preocupar com uma simples manobra de ré, em um posto de gasolina, em uma manhã de sol? A questão da idade vai ao encontro de recente matéria da Folha de São Paulo, com novos dados de Vanderbilt, acerca do perfil de quem bate o carro: 

“Os estatísticos descobriram, porém, que um homem dirigindo sozinho tem uma chance maior de se acidentar do que com uma mulher no banco de passageiros. Ninguém sabe direito o motivo. Uma hipótese é que ele seja mais cuidadoso porque quer protegê-la. A outra, talvez mais provável, é que a mulher incomoda tanto o sujeito com gritos de “cuidado!” que ele se rende ou para o carro e manda ela descer, em um cenário mais raro. Esse fenômeno é tão sério que o Exército israelense resolveu treinar soldados do sexo feminino para atuar, nas palavras deles, como “tranquilizadoras” dos soldados homens em deslocamento e evitar mortes não se sabe se eles ficaram exatamente “tranquilizados”, mas o número de mortes caiu.”

Arranhei meu carro. Mas, fortaleci minha atenção, e compartilho com você para que também o faça.

*Paulo Ricardo Meira
Doutor em Marketing e Consultor da Fenasdetran

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