O homem em seus primórdios tinha como equipamento para mobilidade apenas as pernas. Andava, corria deslocando-se sem comprometer seu organismo ou o meio ambiente. Passou a fazer uso de animais para deslocamentos maiores. Surgiu a roda que veio trazer maior facilidade e conforto quando sob tração animal. Inicialmente com duas rodas em carroças que evoluíram para quatro e mais rodas. Hoje, evoluídas e motorizadas, as antigas carroças passaram a ser o problema maior que estamos a enfrentar.
Aquilo que foi criado para nossa mobilidade é hoje um problema com repercussão mundial. A Organização Mundial de Saúde estima que 1,2 milhões de pessoas são mortas a cada ano no mundo pela violência no trânsito. O predomínio é entre homens entre 15 e 44 anos. Indivíduos em fase altamente produtiva morrem deixando alto custo econômico para seus países.
Ter um automóvel hoje é ter dores de cabeça que variam desde o custo, manutenção, legalização, seguros, danos a terceiros, mortos, sequelados até a dificuldade para transitar. Aliás, transitar é verbo intransitivo e tão intransitivo que não mais conseguimos transitar livremente.
Se não bastasse, o automóvel trouxe múltiplas outras dificuldades, como locais para estacionar, o flanelinha que nos importuna e nos extorque, os fiscais de rua, a fiscalização eletrônica, tudo concorrendo para enxergarmos o automóvel como verdadeiro empecilho para transitarmos.
Engarrafamentos, lentidão, acidentes, vítimas, mortos, sequelados, hospitais lotados, tudo propiciando a mídia grande quantidade de matéria para divulgação no dia a dia.
O estresse, a violência tem sido impeditivo para superarmos as dificuldades cotidianas. E é esse veículo movido a combustível fóssil que promete transformar o planeta produzindo aquecimento global, mudança climática, chuva ácida, inversão térmica com consequências nocivas à vida vegetal e animal.
É o homem contribuindo para destruição do seu próprio habitat.
A frenagem dessa destruição precisa ser entendida como necessidade prioritária para termos um amanhã mais saudável, sem comprometimento da saúde, do meio ambiente, dando-nos a chance de pensarmos em maior longevidade no planeta Terra com vida sustentável.
Precisamos de mobilidade alternativa que não interfira nas ações multifatoriais necessárias para o equilíbrio e saúde do planeta.
As pesquisas mostram que o problema é insidioso nos quatro cantos do mundo. As montadoras introduzem a cada dia milhões de veículos no trânsito. O combustível fóssil continua sendo o produto a ser queimado para deslocar veículos leves, médios e pesados. É hoje a principal arma contra a vida e a integridade do planeta.
Temos que evoluir para o transporte ecológico movidos a pedaladas, água, eletricidade ou alternativas que venham surgir. Renunciar ao veículo movido a derivados do petróleo é a necessidade maior para preservarmos vidas e o planeta.
*Dr. Dirceu Rodrigues Alves Júnior
Diretor de Comunicação e do Departamento de Medicina Ocupacional da ABRAMET
www.abramet.org.br
dirceurodrigues@abramet.org.br
Nascemos do ideal por um transitar seguro e há três décadas nossos valores e pioneirismo nos permitem atuar no mercado de ITS atendendo demandas relativas à segurança viária, fiscalização eletrônica de trânsito, mobilidade urbana e gerenciamento de tráfego.