A evolução da frota de qualquer tipo veicular tende a acompanhar a demanda.
Claro, quanto mais passageiros, maior volume de compra ou de terceirização de ônibus para os transportar.
A evolução de 6% da frota de ônibus diante da alta de 20% de habitantes na década indica que a busca pelo transporte coletivo, fundamental para mitigar de forma eficaz os graves problemas de mobilidade, regrediu.
A diferença de 14% corresponde migração para outro modal. Como não há outro modo de transporte coletivo na região, os passageiros buscaram o transporte particular, o mais impactante de todos em termos ambientais e de congestionamentos.
Os fatos que geraram essa migração podem associar a imagem de que a compra do carro ou da moto é redenção, liberdade. Esses dados também deixam transparecer uma possível reprovação ao ônibus em função da demora e da não disponibilidade imediata que o automóvel e a motocicleta apresentam.
Faixas exclusivas de ônibus precisariam ser implantadas na cidade. Diminuiria mais o espaço para o automóvel. Contudo, começaria um incentivo ao ônibus.
Quanto ao aumento da frota, a de motos é um dado não só preocupante. É alarmante.
A motocicleta é um veículo de risco muito maior que o carro. A facilidade excessiva de compra associada ao erro que é o Estado aceitar a moto como táxi tem fomentado de forma indevida seu uso.
No geral, o aumento total da frota indica crescimento do índice de motorização, que está em 1,56 habitante por veículo. Isso explica a evolução da doença do congestionamento das vias ribeirão-pretanas nesta década.
*Creso Peixoto
Professor do curso de Engenharia Civil do Centro Universitário Moura Lacerda, Mestre em Transportes
Originalmente publicado no jornal Folha de S. Paulo em 01/01/2011.
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