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Tecnologia pode tornar o trânsito um espaço mais seguro e humano

Ponderar entre os prós e contras desses recursos é papel do motorista

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Escapar de congestionamentos e aproveitar o tempo poupado em outras atividades está entre as metas diárias de muita gente. Pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI) aponta que, entre 2011 e 2014, o número de brasileiros que passavam mais de uma hora por dia presos no trajeto entre casa e trabalho saltou de 26% para 31%. Apenas na cidade de São Paulo, dados de setembro de 2016 confirmaram que, por ano, o paulistano passa o equivalente a um mês e meio no trânsito. Com cidades donas de frotas cada vez maiores, é comum depositar em aplicativos a tarefa de encontrar rotas alternativas.

A proposta de desafogar o trânsito a partir da tecnologia já é realidade há algum tempo e as possibilidades de usufruir desses recursos pelo celular são cada vez maiores. Dados da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) registraram 242,3 milhões de linhas móveis até maio de 2017 em todo país. Conforme o gerente de produtos da Perkons e membro da Comissão de Estudos de ITS da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), Ricardo Simões, atualmente há muitos aplicativos, inclusive gratuitos, que otimizam o tempo do usuário de várias formas: permitem que ele trace a rota com modal e horário de preferência, calcule o custo e o tempo gasto no deslocamento, ou, simplesmente, verifique as condições do trânsito em tempo real. Porém, alguns deles dão margem ao uso inadequado da tecnologia, colocando em risco o próprio usuário e diversas outras pessoas ao indicar, por exemplo, onde há blitz e radares.

Conforme assessoria de imprensa da Polícia Rodoviária Federal (PRF), esses comandos de fiscalização – caso da blitz – são montados para proporcionar segurança aos usuários na medida em que, quem incorra em irregularidades criminais e administrativas, seja flagrado. “Quando há avisos sobre esses comandos, se abre possibilidades para que os que estão irregulares continuem rodando. Neste rol de irregularidades há condutores sem habilitação, veículos sem condições de tráfego, motoristas conduzindo veículos roubados, sob influência de álcool ou transportando reféns e ilícitos, todas situações que poderiam ser evitadas se não houvesse o anúncio dos locais”, declara.

Por essa perspectiva, Simões classifica a disseminação de informação no trânsito como um agente modificador de comportamento que deve ser olhado com atenção pelas autoridades. “Enquanto motorista, também é imprescindível ter prudência na hora de ditar o tom que essa tecnologia dará ao cotidiano das ruas”, alerta. Datas como o Dia do Motorista, comemorado em 25 de julho, lançam luz sobre a importância de reflexões como essas serem sempre revisitadas pelos condutores. Afinal, o trânsito é feito de pessoas e, quanto mais conscientes elas forem, melhor ficará todo o contexto.

O gerente pondera, porém, que garantidas a qualidade do deslocamento e a integridade dos envolvidos, além do respeito às leis de trânsito, o uso de aplicativos é benéfico. “A tecnologia pode tornar menos difícil a circulação diária nos grandes centros urbanos e rodoviários, desde que seja capaz de equilibrar segurança e mobilidade de forma sinergética”, pontua. Contudo, ele salienta que, durante deslocamentos, o uso do celular deve acontecer com cautela, uma vez que é causa de desatenção e, por isso, pode causar acidentes. Além disso, associado ao volante, o uso do aparelho é considerado infração gravíssima pelo artigo 252 do Código de Trânsito Brasileiro (CTB).

O ciclista no foco da tecnologia

Consciente da importância desse equilíbrio também na rotina do ciclista urbano, André Arcas idealizou o Woole, um aplicativo que busca tornar as cidades mais acolhedoras para os não motorizados sobre duas rodas, com uma rede colaborativa de cálculo de rotas. A iniciativa foi viabilizada em 2015, durante o 1º Startup Weekend de Mobilidade Urbana.

Conforme o CEO da empresa, o aplicativo agrupa funcionalidades que buscam contribuir para um deslocamento mais rápido, seguro e saudável. “Tudo baseado no nível de experiência informado pelo usuário, que pode estar atrasado, cansado e prestes a encarar uma ladeira ou mesmo acompanhado de uma criança de seis anos e interessado na rota mais segura”, completa.

Independente do perfil do usuário, o intuito é que, ao final de cada pedalada, ele enriqueça a rede com mais dados. “Acreditamos que se há alguém que pode melhorar um app de bike é o próprio ciclista. Por isso confiamos que ele vai nos ajudar a encontrar as melhores funcionalidades para evoluir o sistema”, salienta Arcas.

Crédito: Shutterstock

Recomendação é que motoristas não abasteçam aplicativos com informações avessas às leis de trânsito e à fiscalização

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