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O permanente “bullying” a um planeta de recursos finitos

por Milton Corrêa da Costa*

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Hoje, 05 de junho, é o Dia Mundial do Meio Abiente, como se meio ambiente tivesse dia específico para ser lembrado. Chegamos a um ponto tal, com as notícias de constantes desastres ambientais e mudanças climáticas- no Estado do Amazonas as imagens mostraram recentemente que algums cidades ficaram submersas- que hoje ninguém precisa ser mais grande mestre em meio ambiente, em desenvolvimento sustentável ou no estudo dos seres vivos. É fácil constatar que a emissão inconsequente e progressiva de gases poluentes, do desmatamento e da poluição de rios e mares, vem tornando a Terra, com o consequente aquecimento global provocado pelo efeito estufa, um planeta em progressivo desequilíbrio ecológico, com risco iminente, daqui pra frente, da própria sobrevivência humana e do reino animal. Isso é fato real. Como também é fato real que no Brasil, ruralistas, ambientalistas e o próprio governo até hoje sequer chegaram à conclusão sobre o texto mais equilibrado do novo Código Florestal.
Os ambientalistas afirmam agora- matéria de caderno especial de um jornal de grande circulação neste 5 de junho- que o pulmão do mundo não estaria no verde das florestas, mas sobretudo nos oceanos de onde provêm boa parte do oxigênio que respiramos e absorvem o excesso do gás carbônico (CO2) que lançamos na atmosfera. Eles controlam o clima e a água do planeta Terra. Um riqueza incomensurável e um grande desafio. Sequer a maioria das espécies marinhas foi descoberta. Os ocenaos são o maior fronteira da biodiversidade, afirmam. O pequisador Eduardo Sechi, do Laboratório de Tartarugas e Mamíferos Marinhos da Furg observa que, se em 25 anos, forem mantidos os níveis atuais de pesca, é bastante provável que a população das toninhas, os mais ameaçados golfinhos do Brasil, tenha uma redução de 80%.
A matéria informa ainda que um estudo publicado pela revista americana “Science” mostra inclusive que 41% dos ecossistemas marinhos sofrem de maneira grave com a impensada ação humana. Mais ainda: de acordo com os cientistas, não existe região da Terra que não tenha sido afetada pela presença do homem, embora nas áreas próximas asos polos o impacto seja menor. Um outro estudo aponta locais onde a poluição tem diminuído a quantidade de oxigênio na água, um processo chamado de eutrofização, com cosequente morte dos seres vivos que precisam de oxigênio, como peixes e crustáceos.
Por sua vez, o norte-americano Peter May, naturalizado brasileiro, especialista em recuros naturais e coordenador da Conferência de Economia Ecológica, encontro mundial marcado para ocorrer entre 16 e 19 próximos, antes da Rio + 20, alerta: ” O princípio básico da Economia Ecológica é o fato de a natureza ter limites que precisam se contabilizados. Trata-se de uma questão óbvia: se há um planeta finito, a economis não pode atuar como se os recursos fossem infinitos”.
Ainda que por enquanto livres de tsunamis, de grandes tornados e furacões, de permanentes tremores de terra e de terremotos, tipo o que destruiu num passado recente o Haiti- a Itália foi vítima agora de um forte terremoto -o Brasil é porém sinônimo de permanentes catástrofes ambientais, provocadas pelo excesso ou escassez de chuvas onde o cenário em algumas regiões e cidades do país é simplesmente desolador. O fenômeno La Niña vem fazendo o seu estrago e parecemos impotentes ante tamanho desequilíbrio climático. Sequer levamos, com a seriedade devida, a importância do setor de defesa civil no país. Estamos despreparados para enfrentar a força repulsiva e progressiva da natureza. A burocracia e o clientelismo na distribuição de verbas também são bastante evidentes.
A única certeza é que há hoje no Planeta Terra áreas inóspitas à sobrevivência humana e animal. Até onde irão a falta de consciência e o descaso do homem com as permanentes agressões ao meio ambiente? Até onde a natureza permanecerá em sua ação repulsiva e com que intensidade? Com a palavra os líderes mundiais e os doutos em meio ambiente que participarão da RIO + 20, da qual se espera não apenas a assinatura de protocolos de intenção mas sobre tudo que se honre os compromissos firmados. o futuro do Planeta Terra é sombrio e é preciso salvá-lo o quanto antes. Quando o assunto é meio ambiente é preciso quebrar grandes paradigmas.

*Milton Corrêa da Costa 
É coronel da reserva da PM do Rio de Janeiro

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