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Número de óbitos decorrentes de acidentes em cidades menores é maior que em grandes centros

Fiscalização precária é um dos problemas no trânsito das pequenas cidades

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Engarrafamentos que se estendem por quilômetros, acidentes, buzinas, muitas rotatórias e passarelas.  A descrição retrata, em linhas gerais, o cotidiano de grandes metrópoles. O trânsito caótico nas cidades mais populosas é pauta recorrente na mídia, assunto nas rodas de amigos e não é novidade para ninguém. E nos pequenos municípios? Como é o trânsito?

Segundo relatório divulgado mensalmente pelo Portal Segurança no Trânsito, administrado pelo Governo do Estado de São Paulo, o número de óbitos causados por acidentes de trânsito nas pequenas cidades no Estado é alto em comparação (relação de números de habitantes) às cidades mais populosas. Cunha, município com menos de 22 mil habitantes, por exemplo, registrou quatro mortes em agosto de 2017, mesmo número de óbitos de Mogi Mirim, que tem quatro vezes mais habitantes, 89 mil. Cunha registra uma morte para cada 5.422 habitantes ao passo que Mogi Mirim e a capital São Paulo – uma das maiores metrópoles do mundo – registram uma morte para cada 22.347 habitantes e para cada 205.194 habitantes, respectivamente.

Há quase dez anos, dados do Ministério da Saúde já apontavam que a violência no trânsito brasileiro estava se deslocando das maiores cidades para as menores. Conforme o órgão, em 1990 a taxa de mortes no trânsito nos municípios com até 20 mil habitantes correspondia à metade da registrada naqueles com população com mais de 500 mil pessoas – a incidência era de 13 e 26 por 100 mil moradores, respectivamente. Em 2006 o cenário se modificou. Nas grandes cidades, a taxa era de 15,8 mortes por 100 mil habitantes, enquanto, nas pequenas, 19,7.

Planejamento deve ser focado nas necessidades locais

Conforme o mestre em transporte e especialista em gestão pública, Ernesto Pereira Galindo, avaliar o trânsito de um pequeno município é, antes de tudo, entendê-lo como parte de um arranjo urbanístico maior. “Se a cidade está localizada na região metropolitana, por exemplo, tem e sofre influência da capital e acaba sendo discutida sob o ponto de vista dela. Mas, se não estiver inserida nesse contexto, deve ser analisada de forma singular”, aponta. Ele ainda pondera: não adianta replicar soluções dos grandes centros nos pequenos. “O grande desafio é quebrar a visão de planejamento realizado para os grandes centros e aprofundar o conhecimento da dimensão, da taxa de motorização, do recorte populacional, dos fluxos de deslocamento, desvendar a realidade das pequenas cidades”.

Segundo Galindo, nas cidades grandes, o planejamento do trânsito leva em conta corredores de ônibus, linhas de metrô e integração de transportes de massa. Já nos municípios menores, é necessário também priorizar o transporte não motorizado e a ligação entre as comunidades. “Às vezes, dentro do próprio município, temos distritos que ficam distantes, 50, 60 km um do outro. A população resolve o problema utilizando irregularmente o transporte escolar, por exemplo, para conseguir chegar ao destino. Nos locais onde há linhas interestaduais que passam dentro do município, acabam usando esse tipo de transporte para se locomover dentro da própria cidade, porque essa é a única alternativa”, explica.

Ele acrescenta ainda que, nas cidades do interior, as motocicletas também precisam ser foco de atenção. Por ser um transporte barato e mais acessível, são bastante utilizadas, mas, muitas vezes por condutores que não passaram pelos treinamentos necessários e que conduzem sem habilitação. “É um problema grave. Nas cidades pequenas a fiscalização é menor em relação aos grandes centros, que possuem instituições mais atuantes, como os Detrans.”

Na opinião do especialista, a adoção da tecnologia para fiscalizar os motoristas deveria ser incorporada também nos municípios menores. “Sabemos que eles não têm orçamento para isso. No entanto, cabe ao governo estadual monitorar à distância esses municípios. É preciso pensar numa integração entre Estado e município e usar a tecnologia para suprir algumas deficiências no que diz respeito à fiscalização. Os problemas de trânsito das pequenas cidades não se restringem ao monitoramento, mas essa é uma ferramenta que pode torná-lo mais seguro”, finaliza.

Exemplo a ser seguido

Callao é uma cidade portuária no Peru, que conta com equipamentos de fiscalização e gestão de trânsito da Perkons – empresa que atua no segmento há mais de 26 anos no Brasil e no exterior. Localizada na região metropolitana de Lima, a cerca de 15 km da capital do País, Callao tem aproximadamente 813 mil habitantes e é considerada referência quando o assunto é segurança no trânsito. Apesar de pequena, em comparação à Lima (com população de quase 10 milhões de pessoas), apostou na tecnologia em favor do trânsito seguro.

Há uma década Callao estabeleceu um amplo programa – o Programa Preventivo de Seguridad Vial del Callao – em parceria com a prefeitura e a polícia. A iniciativa envolve ações de engenharia – com a implantação de diversas tecnologias de gestão e fiscalização de trânsito – e de educação. Em poucos meses, os resultados já eram visíveis e os acidentes reduziram 74%.  Mais de mil instituições de ensino foram assistidas e cerca de 240 mil adultos e crianças já participaram das atividades promovidas, como oficinas e peças teatrais com foco em educação no trânsito.

Crédito: Arquivo Perkons
Callao investiu em tecnologia e educação para o trânsito e reduziu drasticamente o número de acidentes e mortes
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Nascemos do ideal por um transitar seguro e há três décadas nossos valores e pioneirismo nos permitem atuar no mercado de ITS atendendo demandas relativas à segurança viária, fiscalização eletrônica de trânsito, mobilidade urbana e gerenciamento de tráfego.