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Grandes cidades buscam humanização e qualidade de vida no trânsito

Planos diretores priorizam transporte coletivo para garantia da mobilidade urbana

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As grandes distâncias a serem percorridas entre a moradia e o trabalho, o tempo gasto em engarrafamentos e a falta de conservação das calçadas para quem quer fazer um percurso a pé fazem com que a qualidade de vida de muitos habitantes das grandes cidades seja comprometida. Por isso, muitas cidades estão reestruturando-se para humanizar e modernizar os centros urbanos. Lyon, terceiro maior município da França, criou um plano diretor de mobilidade urbana que combinou uma série de objetivos, como reduzir o tráfego do automóvel, desenvolver o transporte público, estimular a locomoção de bicicleta e a pé, além de diminuir o número de acidentes e da poluição.

O especialista em trânsito da Perkons, Luiz Gustavo Campos, explica que a mobilidade urbana vai além do investimento no transporte público de qualidade. “Para a garantia da mobilidade urbana é preciso também diminuir as distâncias. Ou seja, as cidades precisam crescer a partir dos eixos de transporte. O trabalho, saúde, lazer, educação devem ser acessíveis aos moradores através do transporte público, a pé ou de bicicleta. As pessoas precisam deixar de depender do automóvel.”, defende.

Crédito: Prefeitura de São Paulo
Em São Paulo, a criação de macroáreas é uma das estratégias
para trazer mobilidade e qualidade de vida

De acordo com informações da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano de São Paulo, na capital paulista foram desenvolvidas estratégias para o plano diretor, após um processo que envolveu 114 audiências públicas, 25.692 participantes e um total de 10.147 contribuições. O plano diretor paulistano tem como objetivo principal aproximar emprego e moradia, reequilibrando a cidade.

Para isso, será preciso implantar uma política habitacional para combater a terra ociosa, concentrar o crescimento da cidade perto dos locais com transporte público, fazer com que a vida urbana ofereça todos os serviços dentro do bairro, promover o desenvolvimento econômico na cidade, valorizar as iniciativas culturais que surgem nos centros urbanos e incluir a população nas discussões que envolvem as decisões sobre os rumos da cidade.

Outra estratégia para melhorar a qualidade de vida dos habitantes da capital é a criação da macroárea de estruturação metropolitana, que define um território estratégico na relação de São Paulo com os demais municípios da região metropolitana e apresentará uma significativa oferta de emprego onde ainda há pouca densidade habitacional e que sejam próximas à rede de mobilidade.

A priorização do transporte público, prevista no plano, ocorrerá pela ampliação da rede de corredores de ônibus, investimento em calçadas nas proximidades dos eixos de transporte, pela orientação de crescimento da cidade ao redor dos eixos de transporte e pela limitação das vagas de garagem ao longo deles, a fim de diminuir a necessidade e o tempo de deslocamentos.

Mobilidade para desenvolvimento

Por meio da Empresa de Transportes e Trânsito de Belo Horizonte, BHTRANS, a capital mineira também está buscando novas alternativas para oferecer mais qualidade de vida aos seus habitantes. O plano de mobilidade da cidade busca tornar o transporte coletivo mais atrativo que a moto e o automóvel, assegurar que as intervenções na mobilidade sejam realizadas com foco na qualidade ambiental e no incentivo ao uso de transportes não motorizados, como a bicicleta, e tornar a locomoção das pessoas um fator positivo para os negócios e para a inclusão social em Belo Horizonte.

Iniciativas no sul do país

Na capital paranaense, de acordo com o presidente do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (IPPUC), Sérgio Pires, uma revisão está sendo realizada no plano diretor que foi iniciado em 1965, como plano preliminar de urbanismo. “Curitiba entende e pratica o planejamento urbano como processo que permanentemente revisa e orienta a produção da cidade”, explica o presidente.

Curitiba entende como premissas para boa mobilidade aproximar a moradia do emprego, criando espaços urbanos que ofereçam todas funções da cidade, como habitar, aprender e trabalhar, além de locais para o lazer da população. O objetivo é fazer com que os habitantes não tenham necessidade de realizar grandes deslocamentos no cotidiano, permitindo preferencialmente o acesso a pé ou de bicicleta.

Investir na educação de trânsito é um das estratégias, para que exista uma convivência respeitosa e harmoniosa entre o motorizado e o não motorizado, condição essencial para uma melhor mobilidade. A Via Calma, na Avenida Sete de Setembro, por exemplo, é uma medida tomada para educar os condutores a dividirem o espaço de forma respeitosa, com uma ciclovia destinada às bicicletas e uma faixa para que os carros circulem com até 30 km por hora.

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