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Divisão de meios de transportes nas grandes cidades é desarmônica

O aumento do número de automóveis em circulação prejudica o trânsito nas capitais

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Uma das grandes questões que influenciam na qualidade de vida dos habitantes de uma cidade é a mobilidade.  Nos grandes centros urbanos, é comum que as pessoas gastem muito tempo paradas esperando no ponto ou em engarrafamentos, e essas dificuldades influenciam na escolha do meio de transporte para a locomoção. De acordo com o Estudo Mobilize 2011, realizado em nove capitais, Cuiabá e São Paulo são as cidades que ficaram em últimos lugares no indicador geral de mobilidade urbana sustentável. Já o Rio de Janeiro obteve o maior valor. Em uma escala que varia de zero a dez, a capital fluminense conseguiu 7,9.

Em algumas cidades a opção pelos automóveis se dá por causa do crescimento da economia e da oferta de crédito fácil, que resultaram no crescimento da frota de veículos particulares nos últimos três anos. Em Cuiabá, de 2005 a 2011, a frota de carros cresceu 69%, passando de 95 mil automóveis particulares para mais de 162 mil, um aumento de um carro para cada 3,4 habitantes.

Para o professor adjunto da área de Transporte e Gestão da Infraestrutura da Universidade Federal de Pernambuco, Leonardo Herszon Meira, nas médias e grandes cidades a busca pelo conforto e, consequentemente, por veículos individuais motorizados é maior. “As vendas de automóveis e motocicletas, mesmo sofrendo uma relativa queda em 2013 e 2014, têm alcançado recordes sucessivos nas últimas décadas. Aliado a isso, a qualidade das calçadas e a eficiência e confiabilidade do transporte público tem diminuído em vários locais e isso gera um círculo vicioso de difícil solução”, explica.

Crédito: Shutterstock.com
Para especialista, o transporte coletivo tem mais usuários nas grandes cidades.

A engenheira de transportes Luciana Spigolon, entretanto, acredita que o transporte coletivo tem mais usuários nas grandes cidades por falta de opção, já que a distância a ser vencida é maior e, consequentemente, inviabiliza o uso da bicicleta ou da locomoção a pé em alguns casos. No entanto, mesmo as cidades com as maiores notas no Estudo Mobilize, Rio de Janeiro e Curitiba, já começaram a enfrentar problemas por causa do grande número de automóveis em circulação. Curitiba já possui uma frota de 1,3 milhão de veículos, enquanto no Rio de Janeiro, o número de carros aumentou 34% na cidade entre 2001 e 2011.

Em busca do equilíbrio

Os dois especialistas são unânimes quanto às soluções para o problema de congestionamento, a lotação do transporte coletivo nas grandes cidades e a pouca adesão de métodos como a caminhada e a bicicleta: investimento em transporte público de qualidade, integração entre os modais, construção de ciclovias e melhoria na qualidade das calçadas.

Para Meira, cidades como Amsterdam, Londres, Paris, Bogotá, e Curitiba são exemplos a serem seguidos, mas ainda possuem problemas de congestionamento. “As pessoas geralmente gostam e tem fascínio pelos automóveis e não é uma tarefa fácil convencê-las a deixar o seu querido veículo em casa”, acredita. Ele aponta como fatores que poderiam ser desmotivadores para o uso do automóvel as políticas restritivas de estacionamento e mesmo de circulação, como o rodízio de carros e o pedágio urbano.

A divisão ideal, segundo a engenheira de tráfego Luciana, é uma escala hierárquica na qual se devem priorizar os modos de transporte a pé e de bicicleta, seguido do transporte coletivo como os ônibus, trens e metrôs, os transportes semipúblicos como os táxis e, por último, o transporte individual motorizado, os carros e as motos.

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