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Cursos voltados à comunidade favorecem atuação mais segura de motoristas

Organizados por Detrans, atividades têm o objetivo de reforçar capacitação buscando melhoria do trânsito

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Carteira de habilitação nas mãos nem sempre significa pleno conhecimento de um automóvel e isso fica mais evidente em algumas situações, como as que envolvem mecânica, por exemplo. Ciente disso, no Rio de Janeiro, o Detran promove desde março de 2013 um curso especial para condutores que desejam se aprofundar um pouco mais no tema. De acordo com o coordenador de Educação do Detran-RJ, João Marcelo Gueiros, o curso foi concebido para mulheres, mas o público masculino passou a se inscrever cada vez mais. “Com isso, adaptamos nosso material para atender também ao universo masculino e, ao todo, cerca de 600 alunos já passaram pelo curso. Hoje somos procurados por homens e mulheres de todas as idades, de leigos a profissionais. O curso tem duração de três horas, sendo duas horas de aula teórica e uma de prática. Nele ensinamos sobre manutenção preventiva e mostramos que, com pequenos cuidados, evitamos possíveis acidentes de trânsito devido ao mau funcionamento do veículo e preservamos vidas”.

De acordo com Gueiros, o diferencial do curso está na aula prática. “Os alunos têm oportunidade de tirar as dúvidas do conteúdo aprendido em sala quase que imediatamente, tais como: pneus, nível de óleo e de água, alinhamento e balanceamento, uso do macaco e do extintor de incêndio”.

O Detran-DF também promove cursos de mecânica para mulheres, que, de acordo com Wellington Rolim, policial militar do Distrito Federal e professor do curso, servem principalmente para evitar que elas sejam enganadas por profissionais mal-intencionados e para fortalecer a direção defensiva. Desde sua criação, em 2012, até outubro de 2015, foram disponibilizadas à comunidade 27 turmas, contemplando 531 alunas. “Todas [as alunas] têm em comum o histórico de já terem se sentido enganadas quando precisaram dos serviços de um mecânico”. Para garantir que elas tenham mais segurança em situações como essa, a aula sobre o funcionamento do carro é mais aprofundada do que as oferecidos no Centro de Formação de Condutores. “No momento da obtenção da Carteira Nacional de Habilitação o aluno está muito apreensivo e voltado para as disciplinas de maior carga horária. Além disso, a carga horária de noções de mecânica é de apenas três horas nos Centros de Formação de Condutores. No curso que oferecemos a carga é de 16 horas, o que ainda é muito pouco para profissionalizar alguém, mas já possibilita apresentar melhor o conteúdo”, afirma.

As aulas são em sua maior parte expositivas, por meio de slides e apresentação das principais peças de um veículo, mas as inscritas também colocam a mão na massa. “Existe na Escola Pública de Trânsito um veículo com a lataria cortada, o que permite  que as alunas observem onde estão as peças e como são encaixadas para o funcionamento do motor, além de peças expostas, para que possam manuseá-las. Acontece também uma aula prática onde as alunas aprendem a  trocar pneu com segurança, bem como uma simulação de alguns problemas que podem ocorrer num veículo”, explica o professor.

Perdendo o medo

No Distrito Federal também é realizado, desde 2007, o Curso de Iniciação à Superação do Medo de Dirigir. A iniciativa busca atenuar um pouco o universo de dois milhões de brasileiros – 75% mulheres – que não conduzem veículos automotores por medo, de acordo com estimativa levantada em 2013 pela Associação Brasileira de Medicina de Trânsito.

Com aulas teóricas, o curso do Detran-DF tem duração de sete dias, dividido em duas etapas. A primeira dura seis dias; a segunda ocorre aproximadamente 15 dias após o término da primeira parte do curso, quando os participantes retornam à sala para uma aula de avaliação psicológica e apresentação dos resultados obtidos.

Nos encontros são ministradas aulas de Relacionamento Interpessoal, Legislação de Trânsito, Direção Defensiva e teorias e atividades de Psicologia. De acordo com Ana Paula Jardim, técnica de Trânsito do Detran-DF e professora do curso, o foco está no aspecto psicológico, com o objetivo de identificar qual é a fonte do temor de conduzir um veículo. “A penúltima aula é realizada dentro de um carro que fica suspenso, fixo em um aparelho, no estacionamento do prédio da Diretoria de Educação de Trânsito, onde é realizada uma simulação de trânsito”, explica à psicóloga.

Segundo ela, o resultado varia de acordo com o estado em que o aluno ingressou no curso . “O resultado é muito gratificante na maioria das vezes. Na aula do reencontro, muitos contam que conseguiram voltar a dirigir, outros conseguiram identificar a causa do medo e já obtiveram resultados muito positivos”, recorda.

Desde sua criação até outubro de 2015, o Curso de Iniciação à Superação do Medo de Dirigir já ofereceu 121 turmas, beneficiando 2.294 alunos.

Para conhecer mais sobre as aulas desenvolvidas pelos Detrans do Distrito Federal e do estado do Rio de Janeiro, basta acessar os sites: www.detran.df.org.br e www.detran.rj.gov.br.

Crédito: Escola Pública de Trânsito
Aulas de mecânica buscam evitar que mulheres sejam enganadas por profissionais mal-intencionados
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