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Congestionamentos gerados por mau comportamento

Mobilidade urbana é prejudicada pelo desrespeito às leis de trânsito

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De acordo com o Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), nos últimos dez anos, o número de carros circulando nas grandes cidades do Brasil cresceu quase 130%. A frota de veículos no país passou de 34.847.337, em 2003, para 80.179.368,em 2013. O aumento combinado com o mau comportamento dos motoristas gera um cenário cada vez mais comum no trânsito: filas intermináveis de veículos, motoristas impacientes que utilizam a buzina sem limites e a disputa por espaço.

Os problemas de mobilidade nos grandes centros urbanos, como aponta o especialista em trânsito da Perkons, Luiz Gustavo Campos, são agravados pelo desrespeito às regras do Código de Trânsito Brasileiro (CTB) e pela fiscalização ineficiente; pontos que compõe o tripé engenharia, educação e fiscalização. “O país possui leis objetivas quanto ao respeito à sinalização, mas são necessárias medidas efetivas de fiscalização e de punição aos infratores para que as regras sejam de fato respeitadas”, comenta Campos.

Entre as infrações do CTB que prejudicam a fluidez do trânsito, citadas pelo especialista, estão bloquear o cruzamento (Art. 183), parar em fila dupla (Art. 181), deixar de remover veículo em caso de acidentes sem vítimas (Art. 178), realizar reparos na via (Art. 179), transitar em locais e horários proibidos (Art. 187) e conversão em local proibido (Art. 207). Ele destaca ainda a invasão das faixas exclusivas de ônibus (Art. 184), que impactam na velocidade, tempo de viagem e qualidade do serviço de transporte.

O trânsito, por ser um ambiente complexo, exige condutas e bom senso por parte dos condutores, ciclistas ou pedestres. Para o mestre em psicologia pela Universidade Católica Dom Bosco, Renan de Cunha Soares Junior, membro do Conselho Estadual de Trânsito do Mato Grosso do Sul (MS), a partir do momento em que estes usuários deixam de pensar na boa circulação e pensam somente no seu objetivo, abusando da velocidade, bloqueando vias, entre outras infrações, prejudicam a mobilidade. “Os motoristas estão cada vez mais egoístas e não pensam no coletivo. Quando seu comportamento muda, o trânsito muda”, explica o psicólogo. “É preciso bom senso, pois o trânsito é um ambiente em que vários usuários compartilham do mesmo espaço e conflitam ao mesmo objetivo: chegar ao local desejado, sem perder muito tempo”, completa.


Bloquerar o cruzamento é uma das infrações que prejudica a mobilidade. Crédito: Vitor Berbert/Leitor Metro1

Fiscalização Eletrônica

A interrupção do tráfego normal dos veículos, pontua Campos, gera diretamente um impacto no trânsito criando focos de lentidão ou aumentando o congestionamento existente. “Isso aumenta sensivelmente o tempo de percurso nos deslocamentos e prejudicam, além dos demais condutores, os usuários do transporte público”, afirma.

O uso de tecnologias poderia oferecer mais eficiência na fiscalização dos infratores. O mercado de equipamentos para melhoria na segurança e fluidez de tráfego possui uma diversidade de produtos. “Os dispositivos eletrônicos são importantes ferramentas, pois contribuem para uma fiscalização mais abrangente, precisa e eficaz, que induz ao respeito e, por consequência, oferece mais segurança no local monitorado”, declara Campos. Para ele, além da conscientização sobre suas atitudes no trânsito por meio de campanhas de comunicação, a certeza de punição às infrações coibiria condutas por desrespeito às leis.

Ademais dos já conhecidos equipamentos para detecção de excesso de velocidade, avanço de sinal, desrespeito à restrição de circulação, o especialista em trânsito cita como exemplo de tecnologia as câmeras de monitoramento e vídeo detecção. “Com essa ferramenta é possível detectar diversas irregularidades, munindo as autoridades públicas de evidências para os registros de infrações de trânsito, ampliando sua capacidade”.

A fiscalização eletrônica é fundamental, segundo  Soares Junior, especialmente pelo crescimento da frota e pelo baixo número de agentes de trânsito. . “O meio eletrônico é um instrumento social que ajusta o comportamento. Fiscalizar de forma não presencial contribui de fato para a mudança do comportamento infracional”, afirma.

Entretanto, na prática a situação é diferente. O processo de conhecimento e licitação de novos produtos é demorado. O Conselho Nacional do Trânsito (Contran) não consegue, na mesma velocidade que avançam as tecnologias, avaliar e homologar seu uso para cada tipo de ocorrência de trânsito.

Operação do trânsito não é suficiente

A cidade de Belo Horizonte, em Minas Gerais, é um exemplo positivo de interação das ferramentas tecnológicas em prol da fluidez no trânsito. A cidade possui um Centro de Operação da Prefeitura (COP), que utiliza o sistema de vídeo detecção, com mais de 80 câmeras monitorando o tráfego em tempo real.  De acordo com a Empresa de Transportes e Trânsitos de BH (BHTrans), o desrespeito à sinalização por parte dos condutores e pedestres são os principais problemas que prejudicam a mobilidade no trânsito em BH.

Quando um motorista fecha o cruzamento, exemplifica a empresa, ele desrespeitou uma ou mais regras de trânsito. Assim, a soma de pequenas infrações acaba impactando no tráfego, somando-se ainda ao grande número de veículos que circula diariamente na capital. A frota de BH, de acordo com a BHTrans, é de mais de 1,5 milhão de veículos.

O objetivo da COP é a agilidade no controle de fluxo, garantindo segurança e melhorias na mobilidade urbana. Para a BHTrans, a imprudência pode gerar impactos no trânsito, como os congestionamentos, mas o preocupante é quando acarreta em acidentes. Se um motorista avança um semáforo, pode gerar uma colisão ou um atropelamento. Quando um pedestre atravessa fora da faixa, ele se coloca em risco.

A BHTrans reforça que é necessário muito mais que operações de trânsito, fiscalização, sinalização e obras viárias. É fundamental, conforme a empresa, a educação e orientação. O condutor sabe o significado e função de cada placa e pintura no solo, mas além de saber, é importante entender por que é importante seguir as orientações dos agentes nas ruas, da placa, do semáforo, entre outros.

De acordo com a empresa mineira, investir em educação não necessariamente quer dizer apenas distribuir folhetos educativos aos motoristas e pedestres. É colocar o assunto trânsito na discussão diária, na escola, em casa, no trabalho. O pai tem que cobrar que os filhos utilizem o cinto de segurança, no banco da frente e também no de trás. Dando exemplo, o pai vai educando o filho para o trânsito no futuro.

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