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Veículos seguros não salvam vidas – Acidente de Trânsito de Cristiano Araújo

por Márcio Montesani*

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Infelizmente no dia 24 de junho de 2015 a música brasileira perdeu um astro em ascensão, o cantor Cristiano Araújo (29) que junto de sua namorada Allana (19) morreram um acidente de trânsito na BR-153 no km 614, entre Morrinhos e o trevo de Pontalina, em Goiás.

Este acidente acende uma antiga polêmica que se refere à necessidade de utilização do cinto de segurança no interior de qualquer veículo automotor por todos os ocupantes. Não somente pelo aspecto de segurança, mas a lei é clara quanto à obrigatoriedade, pois conforme Código de Trânsito Brasileiro:

Art. 65: É obrigatório o uso do cinto de segurança para condutor e passageiros em todas as vias do território nacional, salvo em situações regulamentadas pelo CONTRAN.

Art. 167. Deixar o condutor ou passageiro de usar o cinto de segurança, conforme previsto no art. 65:
Infração – grave;
Penalidade – multa;
Medida administrativa – retenção do veículo até colocação do cinto pelo infrator.

A indústria automotiva mundial gasta muito dinheiro em pesquisa para ter cada vez mais veículos potentes e seguros. Neste acidente em questão temos um veículo considerado pela Euro NCAP (www.euroncap.com), entidade europeia que avalia, por meio de “crash tests” as condições de segurança dos veículos e o Range Rover Sport atingiu 5 estrelas sob o aspecto de segurança, ou seja, o cantor estava em um veículo altamente seguro.

Na batalha travada entre um veículo considerado de grande segurança e com recursos tecnológicos avançadíssimos, mais uma vez perdeu para um item que foi criado a mais de 50 anos, ou seja, um simples cinto de segurança.

Somente para termos uma ideia em 1885 foi concedia em Nova York a Edward J. Claghorn a primeira patente de cinto de segurança. Em 1958 a marca europeia Saab introduziu pela primeira vez cintos de segurança como padrão nos seus modelos.

No Brasil, o cinto só passou a ser obrigatório a partir de 1998, com a regulamentação do Código de Trânsito Brasileiro.

O que tem de especial um Range Rover Sport

Sob o aspecto de potência ele tem um motor V6 de 3.0 l e 24 V turbo com potência de 292 cv. Sua estrutura é feita em 100% alumínio.

Ele possui um sistema de Vetorização de Torque, que permite respostas melhores em curvas e a tecnologia Adaptative Dynamics que faz com que sua suspensão se ajuste dependendo da situação e estilo da condução.

Além disso, consta com 7 airbags garantindo ainda mais a proteção dos ocupantes. Vejam que este veículo possui o que tem de mais avançado no quesito segurança, pois em qualquer tipo de acidente ele vai garantir que seus ocupantes tenham maior chance na sobrevivência.

Usar o cinto de segurança é realmente importante?

Todos os estudos já feitos são unânimes em dizer que o cinto de segurança realmente salva vidas, pois em colisões frontais ele realmente retém os ocupantes evitando que se desloquem e atinjam as partes internas do veículo e em capotamentos ele assegura que os ocupantes fiquem junto aos bancos e não sejam projetados para outros pontos do interior do veículo ou em piores casos sejam lançados para fora dele.

O que significa estar em um veículo seguro e ainda estar usando o cinto de segurança?

No acidente do cantor Cristiano Araújo temos um veículo considerado muito seguro sobre todos os quesitos de segurança, no entanto a não utilização do cinto de segurança por ele e sua namorada tornou qualquer recurso do veículo ineficaz, pois com o capotamento os corpos de ambos foram projetados inicialmente no interior do veículo e posteriormente sua namorada foi lançada para fora dele, conforme informações verificadas na imprensa.

Diante disso fazemos uma reflexão:

“O que adianta a indústria automobilística desenvolver veículos cada vez mais seguros se as pessoas não evoluem na mesma velocidade, ou seja, dirigimos um veículo do futuro e com uma consciência de mais de 50 anos atrás, ou seja quando surgiu o cinto de segurança. Não é uma crítica as vítimas deste acidente e sim um alerta para avaliarmos se não fazemos isso com a nossa própria família, ou seja, não cobramos para que usem o cinto de segurança em nossos veículos. ”

*Márcio Montesani
Engenheiro mecânico, especialista em perícia de acidentes de trânsito. Tem Curso de Especialização na Alemanha, Espanha e Argentina. É diretor da empresa Núcleo de Perícias Técnicas. Atuou em mais de 8200 casos de acidentes.

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