Além de garantir a segurança das vias, método não intrusivo preserva qualidade do asfalto
Exceder o limite de velocidade permitido significa mais do que receber uma infração. A imprudência está entre os principais agravantes dos acidentes de trânsito, conforme revelou a Organização Mundial da Saúde (OMS) por meio de um relatório publicado em 2015. Nele, a organização aponta que um pedestre adulto tem 60% mais risco de morrer quando atingido por um veículo a 80 km/h do que teria se o automóvel circulasse a menos de 50 km/h. Conforme os pesquisadores, o trânsito também liderou o ranking global de 2012 das dez maiores causas de morte entre jovens de 15 e 29 anos.
Em busca de uma solução que reduza os altos índices de acidentes graves e fatais registrados na rodovia TO-050, que liga a capital Palmas (TO) ao município de Arraias, o Governo Estadual e a Secretaria Municipal de Segurança, Trânsito e Transporte (SMSTT) estabeleceram um termo de cooperação para fiscalização do trecho. “Um dos fatores apontado como preponderante para os acidentes era, justamente, o excesso de velocidade. Então, em junho de 2015, começamos a implantar os novos radares ao longo do trecho urbano da rodovia”, esclarece o superintendente de trânsito de Palmas (TO), Alexandre Guerreiro.
Atualmente, 41 equipamentos fazem parte do projeto, entre radares fixos discretos e ostensivos, o que corresponde a 128 faixas fiscalizadas. Diferente do método convencional (de usar laços no asfalto), o sistema de detecção é o não intrusivo. “Optamos por este sistema porque ele apresenta maior durabilidade, facilidade de realocação e manutenção e cobertura de toda a seção da via, além da mínima interferência no tráfego local na instalação”, elenca Guerreiro. Segundo ele, as vantagens do produto refletem em um leque de funcionalidades, que vão da aferição da velocidade e do tamanho do veículo à fiscalização das faixas exclusivas e de veículos na contramão.
Mais do que conferir qualidade ao serviço, os equipamentos têm trazido resultados impactantes ao município, que passou por uma queda de mais de 20% na velocidade média praticada na rodovia, de 90 km/h para 70 km/h. Em dezembro de 2014, por exemplo, período anterior à instalação dos radares não intrusivos, foram registradas cinco infrações de motos. Já no mesmo período de 2015, foram mais de cinco mil capturas do gênero com os novos equipamentos. “Quando comparamos os mesmos períodos de 2014 e 2015, percebemos uma redução de mais de 90% dos acidentes graves e fatais, o que se mantém ainda hoje. Desde a instalação houve um aumento médio de cerca de 62% no número de imagens capturadas”, compara o superintendente. Estimulada pela experiência positiva, a SMSTT pretende expandir a instalação. “Temos a intenção de ampliar as faixas monitoradas, pois ainda há pontos críticos que carecem de fiscalização”, explica.
Sem indicação visual, redução da velocidade tende a acontecer em toda a via
O popular “jeitinho brasileiro”, que no trânsito pode ser interpretado pela busca contínua por alternativas que driblem a fiscalização, é tão enraizado quanto a crença na impunidade, hábitos que mantêm os altos índices de infrações por excesso de velocidade. Além de uma mudança cultural – que requer tempo e investimento em conscientização -, o quadro também pode ser revertido pelo uso dos equipamentos não intrusivos. “Como não há o recorte na pista para indicar a presença dos laços detectores, já que o laço é virtual, o condutor não tem um ponto único para reduzir a velocidade”, revela Adriel Silva, gerente de desenvolvimento da Perkons – empresa que fabricou os produtos utilizados em Palmas (TO).
Conforme o especialista, além de não demandar obra de corte no pavimento asfáltico para instalação do laço detector, diferencial que elimina os riscos de danos ao asfalto da pista, a tecnologia não intrusiva monitora toda extensão da pista. “Essa abrangência em todas as faixas da via é uma vantagem significativa por não possibilitar pontos de fuga, nem mesmo para motos”, salienta.
Crédito: Eder Leandro Retzlaff |
Desde a instalação dos equipamentos não intrusivos em Palmas, houve um aumento médio de cerca de 62% no número de imagens capturadas |
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