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Respeite a vida

por Gilmara Branquinho*

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As ruas são espaços de interação e convivência, nesse contexto temos um exemplo de cidadania onde podemos por em prática esses procedimentos. Em 2005, nossa cidade, descobria conceitos e formas de travessia segura, a partir de uma Campanha que aos poucos mostrava para a população um direito que já existia há muito tempo, mas descobríamos a cada contato com as pessoas o desconhecimento da existência de uma travessia segura. Apesar de termos ouvido tantas exclamações de pessoenses céticos em relação ao funcionamento desse Programa, do tipo: ” Nós estamos na Paraíba, aqui isso não funciona” ou  “Faixa? Onde? Para que serve?” e assim, íamos identificando que era apenas uma questão de cultura, conhecimento, hábito… iniciamos as atividades passando por todos os bairros da cidade, englobando alguns segmentos de disseminação das atitudes seguras: Escolas, Igrejas, Shoppings, Empresas, Praças e as faixas de pedestres do local. Focamos a Campanha elevando o orgulho, a cultura paraibana, mostrando figuras tipicamente culturais como o Boi de Reis, a Quadrilha, a Nau Catarineta, enfim o resgate dessa cultura tão desconhecida no nosso município. Posteriormente, apostamos na autonomia do pedestre trazendo tanques de Guerra parados diante de uma faixa de pedestres. Tivemos frustrações, notícias de veículos engavetados uns nos outros por priorizarem a travessia dos pedestres, e até eles mesmos se jogando na frente de veículos que não tinham conseguido parar mesmo pela distância em que se encontravam, enfim, nos primeiros meses não faltaram desentendimentos e também alguns acidentes. Porém, depois de algum tempo a desconfiança dos usuários, foi dando lugar à aceitação e comprometimento com a vida. Assim, de “Respeite a faixa de pedestres” passamos a usar “Eu respeito a vida”.
E hoje, alguns anos depois, talvez ainda não tenhamos nos dado conta da dimensão do advento da faixa de pedestres aqui em João Pessoa, pelo fato de desmentir um mito de que a “cultura não muda no trânsito” e percebermos a viabilidade dessa forma de humanização no nosso espaço de convivência, um respeitando a vez do outro. Sem dúvida, ainda há muito o que fazer, aperfeiçoar… mas, percebemos grandes mudanças nesse período, podemos  falar que sentimos orgulho de morar na cidade que respeita sim a faixa de pedestres. E felizes por saber que estamos contribuindo com as próximas gerações que já farão parte dessa ação de cidadania que será costumaz entre os usuários das vias dessa cidade que aprendeu que no trânsito é possível mudar sim. Só depende de cada um de nós!

*Gilmara Branquinho
Especialista em Segurança e Educação de Trânsito.          
Chefe da Divisão de Educação para o Trânsito da SEMOB

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