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Por que bicicletas públicas

por Cristina Baddini Lucas*

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Um dos grandes problemas urbanos, comum às cidades de médio e grande porte, é o excesso de veículos nas áreas centrais das cidades, provocando engarrafamentos e poluição ambiental impactando negativamente a qualidade de vida das pessoas.
Existem inúmeras medidas que podem ser adotadas para reduzir a consequência destes problemas como, por exemplo, a restrição da entrada de automóveis em algumas áreas centrais, a criação de áreas de estacionamentos nos arredores dos núcleos urbanos, a implantação de sistemas integrados e eficientes de transporte público além da priorização dos meios ativos de mobilidade, como ciclismo e caminhada. Várias cidades já estão implementando programas para promover o uso de bicicletas públicas no transporte público com qualidade, provocando menos poluição além de favorecer a saúde física dos próprios usuários ciclistas.

1000 BICICLETAS EM SÃO CAETANO
Ainda no mês de setembro, a Prefeitura de São Caetano do Sul dará início ao serviço de bicicletas públicas na cidade. Os usuários poderão utilizar as bicicletas por uma hora e devolver em um ponto credenciado de forma gratuita. O serviço faz parte do Programa “Pedala São Caetano” e visa promover o transporte por bicicletas com qualidade e segurança. Inicialmente serão disponibilizados seis locais de retirada e entrega das bicicletas, mas a ideia é espalhar os pontos a 100 estações com 1000 bicicletas. O intuito do projeto é incentivar a prática de atividades físicas e o uso dos transportes não motorizados, reforçando os benefícios gerados para o meio ambiente e para a saúde da população.

A BICICLETA EM PORTUGAL
A professora catedrática Beatriz Pereira, do Instituto de Educação da Universidade do Minho, defende que cada aluno do 1º ao 9º ano de escolaridade receba uma bicicleta. Ela pondera que a medida proporciona um estilo de vida saudável, aumenta a atividade física diária, reduz os índices de poluição e fomenta o surgimento de desportistas em novas áreas, tornando os cidadãos mais resistentes, prevenindo doenças crônico-degenerativas e consequentemente reduzindo os gastos públicos com a saúde dos habitantes.
Beatriz Pereira confirma através de vários estudos recentes no Centro de Investigação em Estudos da Criança do Minho, que a sugestão das duas rodas não vem por acaso. Nos países nórdicos, onde há muito frio, vê-se de manhã pais e filhos a pedalar de casa até as escolas, regressando no final do dia.
A docente registra que a distância média do aluno português até à instituição de ensino é de três a cinco quilômetros e que não é preciso sequer a criação de trajetos específicos ou acessos especiais.
No entanto, há sim a necessidade de “educar para a segurança” principalmente os alunos e os pais, bem como os demais cidadãos, de forma a aprenderem a conviver e respeitar a circulação de bicicletas nas ruas e passeios, além de preparar os acessos particularmente junto às escolas.

BICICLETA É TRANSPORTE DE MASSA
Para o ex-prefeito de Bogotá (COL), Enrique Peñalosa, responsável pela transformação da capital colombiana na primeira cidade da América Latina a usar a bicicleta como meio de transporte de massa, a mudança deve ser radical com a transformação de todos os espaços para estacionamento de carros em vias exclusivas para ciclistas.
Segundo ele, nas grandes cidades, como São Paulo e Rio de Janeiro, mais da metade da população vive a menos de cinco quilômetros dos seus locais de trabalho e que a questão maior é prover a infraestrutura necessária para as pessoas passarem a usar mais as bicicletas.
O ex-prefeito de Bogotá cita como bons exemplos a Holanda e a Dinamarca, porém, em sua opinião, paralelamente à restrição do uso de carros e vagas para estacionamento, deve-se melhorar substancialmente a estrutura para facilitar e promover a utilização bicicletas.

 

*Cristina Baddini Lucas
Assessora do MDT, colunista do Diario do Grande ABC (Coluna De Olho no Trânsito)

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