A violência nas grandes cidades é sentida, majoritariamente, como o maior problema contemporâneo. Seria reduzi-la muito se pensássemos apenas em termos da eficácia policial. Ela depende de um conjunto de medidas e atitudes coletivas para que tenhamos boa qualidade de vida, uma vez que uma alteração significativa da atual situação brasileira só pode acontecer com um maior nível de desenvolvimento econômico, político e social. Escolhas adequadas de toda a sociedade representam uma atitude emergencial para alcançarmos uma verdadeira paz urbana.
A violência no trânsito mata todos os anos mais de 1 milhão de pessoas no mundo, fere e incapacita mais de 50 milhões e é a causa principal de mortes de jovens na faixa etária dos 10 aos 24 anos.
20 de novembro
Em outubro de 2005, a assembleia geral da ONU aprovou resolução conclamando todos os países para que definissem o terceiro domingo do mês de novembro de cada ano como o dia dedicado à memória das vítimas da violência sobre rodas.
A OMS (Organização Mundial da Saúde) e as demais instituições mundiais ligadas à segurança na circulação viária incentivam os governos e as organizações civis em todo o planeta que celebrem essa data, não só como uma forma de mobilização social e de homenagem aos entes queridos vitimados pela violência viária, mas também como legítima e necessária provocação para que ações efetivas e práticas sejam adotadas.
O objetivo da celebração é garantir a mobilização da sociedade contra essa violência absolutamente previsível e confortar as centenas de milhares de parentes e amigos das vítimas que sofrem e sofrerão para sempre as consequências materiais, sociais e principalmente emocionais desses eventos trágicos.
Em 2007 houve no Rio de Janeiro um movimento social com o intuito de homenagear as vítimas de acidentes de trânsito. Movimento que se repetiu em 2008. Em 2009, para que a consciência sobre a gravidade do problema fosse ampliada, os organizadores decidiram que, a partir daquele ano, o movimento seria itinerante, acontecendo em cidades diferentes. A primeira cidade escolhida foi Curitiba, palco de uma tragédia que vitimou dois jovens inocentes e que comoveu o Brasil. O evento foi marcado com a construção de um monumento permanente no Parque Barigui. Em 2010, a homenagem aconteceu em Florianópolis, Santa Catarina, capital do segundo Estado brasileiro no ranking da violência no trânsito. No próximo domingo, dia 20, acontecerá uma caminhada no Ibirapuera em São Paulo, com concentração as 09h30m e previsão de saída da caminhada 10h30m no Portão 4 (em frente a passarela do antigo Detran). É um dia de conscientização com objetivos claros no sentido de se refletir sobre os problemas gerados no trânsito e os caminhos para se evitar que novas vítimas de acidentes continuem surgindo a cada dia.
Década de redução de acidentes
É inaceitável que o Brasil continue matando, todos os anos, cerca de 40 mil pessoas e internando outras 120 mil, vítimas de acidentes de trânsito, provocando um impacto estimado em cerca de R$ 34 bilhões ao País, em gastos com resgate, tratamento, perdas de produção e materiais, dentre outros. Isso sem mencionar o forte impacto emocional, econômico e trágico que os acidentes de trânsito têm provocado na vida de milhões de vítimas, familiares e amigos.
Vamos participar deste esforço para que toda a comunidade, organizada ou não, pública e privada, se envolva na construção de uma mobilidade mais segura, mais humana para todos os usuários das vias públicas, com menos impacto ao meio ambiente. Dia 20 mobilize-se.
Chega de acidentes. Chega de lágrimas.
*Cristina Baddini Lucas
Assessora do MDT, colunista do Diario do Grande ABC (Coluna De Olho no Trânsito)
Nascemos do ideal por um transitar seguro e há três décadas nossos valores e pioneirismo nos permitem atuar no mercado de ITS atendendo demandas relativas à segurança viária, fiscalização eletrônica de trânsito, mobilidade urbana e gerenciamento de tráfego.