Neste breve artigo, quero chamar a atenção para um dado, no mínimo, interessante à cerca da relação entre frota e congestionamento. Tal constatação, obviamente, não é irrefutável e tem sua flexibilidade conforme a variação dos elementos do trânsito – quantidades e condições dos automóveis, caminhões, ônibus, vias, sinalização, fiscalização, organização, etc. – mais as peculiaridades de cada local e o momento da pesquisa.
Esta observação refere-se à cidade de São Paulo, no período de 2000 a 2010, podendo servir de exemplo, razoavelmente, para todas as grandes cidades.
Assim, com base nas informações do Detran SP – Departamento Estadual de Trânsito de São Paulo, a frota, em jan-2000 era de 3,91 milhões de automóveis. Evoluindo, em jan-2010, para 4,97 milhões. Tal acréscimo, portanto, deu-se na proporção de 27%. Guarde este número.
Agora, segundo estudo do Movimento Viva Nossa São Paulo, baseado nas informações da CET – Companhia de Engenharia de Tráfego, em 2000, a média do pico do congestionamento entre manhã e tarde, foi de 20 km. Enquanto que em 2010, esta média saltou para 98 km. O que significa um aumento de 390%. É… 390%.
Lembra o aumento da frota? 27%
E o congestionamento? 390%
Isto quer dizer que, a cada aumento da frota, de automóveis, o congestionamento aumenta 14 vezes mais.
Esta constatação não é absoluta, como disse no início. Porém, salvaguardados pequenos erros e possíveis variações, há que se considerar que trata-se de uma relação bastante importante entre os dois fenômenos, frota e congestionamento.
A explicação do porquê se dá esta diferença de percentuais, entre os aumentos da frota e do congestionamento, é simples. Da mesma forma que os veículos existentes, num dado momento da frota, não têm seus usos equitativamente distribuídos ao longo do dia, os novos que são acrescentados à esta frota também não terão. Quer dizer, os novos veículos aumentam a frota num percentual relativo ao total desta frota, mas o percentual de aumento do congestionamento não se relaciona ao total de horas do dia e sim às horas de concentração maior de veículos. Daí o percentual de aumento do congestionamento ser sempre superior ao do aumento da frota.
O leitor pode, ainda, questionar o fato de que estes percentuais não são exatos porque a frota quantificada foi a de automóveis e o congestionamento é de todos os tipos de veículos automotores. E estará correto. Todavia, o maior causador do trânsito é a quantidade excessiva e crescente dos automóveis, mais do que qualquer outro tipo de veículo. De forma que ele, o automóvel, é o fator e a referência principal na causa do congestionamento.
Para efeito de verificação dos demais tipos de veículos, vide tabela.
 
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