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Aí colega, Motoboy não… Motofretista!

por Claudinei Tomas*

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Olá, meu nome é Harley, eu  ando igual um doido por essa cidade. Mas tô sabendo que com essa Lei Federal nº12.009 eu acabei ficando com mais deveres, mas também tenho muito mais direitos, como nunca antes me concederam.
Ser Motoboy não é fácil. Recebo só cobranças de todos os lados. É o patrão que não registra minha carteira de trabalho e sempre exige que eu corra para entregar rapidamente a mercadoria e satisfazer o cliente. Do outro lado o cliente que, embora todo o meu esforço e agilidade, na maioria das vezes reclama da demora com os seguintes dizeres: “Pô a pizza esta fria”,  “agora o banco já fechou”, etc. Hufa!!! Que coisa mais chata, pois os mesmos que pedem para eu correr e reclamam da demora são os mesmos que me chingam quando eu passo com minha moto entre os veículos colocando minha vida e das outras pessoas em riscos. Mas tudo o que eu quero é poder cumprir as exigências e assim manter o meu emprego  pra poder sustentar a minha família.
Mas agora eu tô por dentro, sei que com essa nova Lei e as regulamentações dos órgãos federais, estaduais e municipais eu devo fazer um curso de capacitação de 30 horas na auto-escola. Lá vou interagir com o professor e os demais colegas, trocar experiencias e conhecer melhor as mudanças nas leis e nas normas, e também participar de aulas praticas. E pra completar, no final do curso, ainda vou ser certificado pelo Detran.
Todo mundo é preocupado com a própria vida, mas agora eu vou ser mais consciente. E graças a essa nova lei, andarei também mais protegido. O patrão vai ter que mudar a categoria da minha motocicleta para veiculo de aluguel e colocar todos os dispositivos de segurança, como o mata-cachorro para proteger o motor, mas principalmente as minhas pernas, e uma antena corta fio de pipa pra eu andar com mais tranquilidade nas vilas no meio das crianças que soltam raia o dia todo. Vou também ser melhor visualizado, porque vou ter que usar sempre um colete refletivo e a minha caixa de carga também terá adesivos refletivos. Os demais condutores vão me ver de longe e logo me reconhecer como um Motoboy, mais um trabalhador gerando economia e ajudando o país a crescer. E meu patrão, mesmo que não me registre a carteira de trabalho, agora tem muita responsabilidade referente a minha segurança. Agora eu tô nos “trinks”. Sou um motoboy profissional, regido e assegurado por lei.
…Aliás, Motoboy não. Agora Motofretista!!!

O perigo no trânsito esta a cada dia maior e o número de veículos não para de crescer. Só no Paraná temos mais de cinco milhões de veículos sendo que destes mais de um milhão são motocicletas. Aqui em Paranaguá temos quase cinqüenta mil veículos, sendo quase quinze mil motocicletas. Ou seja, em Paranaguá já temos um veiculo para cada três habitantes. O Paraná está em 3º lugar no Brasil em frota de veículos e também em 3º lugar em acidentes de trânsito. Estes números infelizmente tendem a crescer se não mudarmos a maneira de pensar no trânsito. Um estudo feito em 2006 referente a mortos em acidentes de trânsito nos mostrou segundo dados do Denatran que foram cerca de 20 mil mortos, já os dados do SUS indicam 37 mil e o DPVT 64 mil. Com isto podemos chegar a conclusão que as mortes em acidentes de trânsito no Brasil passam e muito de 50 mil todo ano, e a maioria das vitimas são pessoas ente 18 e 35 anos e muitos destes são motociclistas, os Motoboys.  
Passar conhecimento com responsabilidade é educar!
Educar é passar conhecimento com responsabilidade!

*Claudinei Tomas
Gestor e Especialista em Trânsito e Transporte.

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